Aginaldo Viríssimo confessou o crime mas alegou que o disparo foi acidental

Aginal Viríssimo durante audiência no Tribunal de Justiça | Foto: TJGO

O ex-motorista da dupla sertaneja Henrique e Juliano, Aginaldo Viríssimo Cuelho, e outras seis testemunhasforam ouvidas no processo que apura a morte da ex-mulher dele, Denise Ferreira da Silva, que estava grávida de quatro meses.

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Durante a sessão, foram ouvidas, além do réu, quatro testemunhas arroladas pela acusação, Sílvia Leandra Alves Feitosa, Rondinelly Silva Toledo, Lidiana Alves de Souza, vizinhos de Denise e o motorista do Uber, Antônio Wilker Freitas Rodrigues. E duas testemunhas de defesa, Matheus Alves Cuelho, filho do motorista, e a nora dele, Danyelli Barbosa de Souza Pires.

Ao juiz, os vizinhos da vítima, Rondinelly e Lidiana, disseram que Denise era sempre ameaçada pelo motorista. Segundo eles, no dia do crime, Aginaldo e Denise começaram uma discutir, quando ele dando um tiro na nuca da ex-mulher. “Ele foi frio e calculista por ter matado uma mulher honesta e sem que a mesma pudesse se defender”, afirmaram na sessão.

Ao serem questionados se Denise mantinha outro relacionamento, as testemunhas negaram, dizendo que a vítima mal saía decasa. Rondinelly ressaltou que, no dia do casamento de Aginaldo, o réu só não a matou porque foi impedido por ele. “Nós e também os outros moradores do condomínio ficamos abalados com a notícia da morte dela”, frisou Lidiana, outra vizinha de Denise.

Ao ser ouvido, o motorista do Uber, Antônio Wilker Freitas, contou que, no dia do crime, foi acionado pelo aplicativo para levar Aginaldo até a Rodoviária de Goiânia. Entretanto, ao chegar no local, o acusado pediu para que ele fizesse uma corrida particular até a Rodoviária de Anápolis.

No caminho até o município de Anápolis, que fica a 60 quilômetros de Goiânia, o motorista disse que Aginaldo havia comentado com ele que havia matado a ex-mulher na capital goiana. “Assim que terminei a viagem, a Polícia Civil me ligou perguntando onde eu havia deixado o acusado do crime”, comentou.

Ainda, na audiência, o filho e a nora do acusado, Matheus Alves Cuelho e Danyelli Barbosa de Souza Pires, afirmaram que a vítima estava traindo Aginaldo e, que, inclusive tinham prints de conversas entre ela e outros homens.

Na oportunidade, Matheus e a namorada dele afirmaram que, no dia do crime, eles foram junto com o acusado até um clube da cidade, quando passaram a ingerir bebida alcoólica. “Meu pai sempre foi um homem amoroso”, comentou Matheus.

Durante a audiência, Aginaldo confessou o crime, mas alegou que o disparo foi acidental. Ainda, na ocasião, ele contou que conheceu Denise em São Paulo, porém após o convívio entre ambos, ela passou a não aceitar os filhos dele.

Na oportunidade, ele disse que, ao descobriu que a mulher o traía, foi até a residência dela para tentar esclarecer o fato. “Ao chegar no condomínio percebi que dentro do apartamento havia outra pessoa, momento em que forcei para que Denise abrisse a porta, quando começamos a discutir e a arma disparou e a atingiu na nuca”, contou.

“Eu já tive várias oportunidades de sair do relacionamento, porém quando a gente ama, fica difícil. Nunca deixei Denise e nem o filho dela passarem fome”, declarou. De acordo com o promotor de Justiça, Aguinaldo Bezerra de Lima Tocantins, as provas dos autos são robustas para condenar o motorista pelo crime de homicídio. “As provas atestam que o crime de feminicídio da ex-companheira na frente do filho dificultou a defesa da vítima”, pontuou.

Além disso, o representante do Minitério Público de Goiás (MPGO)  frisou que o acusado tratava a vítima com violência, inclusive com ocorrências registradas na Polícia. “Se depender do Ministério Público, sustentaremos todas as qualificadoras neste caso, pois o crime foi cometido de forma covarde. A justiça e a sociedade têm que puni-lo para que ele pague pelo crime”, afirmou.

Prazo

De acordo com o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, após inquirição do acusado e das testemunhas, o Ministério Público e a assistência de acusação e de defesa têm 20 dias para apresentar seus memoriais para que após isso seja decidido se o acusado será pronunciado e levado a júri popular. Enquanto isso, o acusado continuará preso no Centro de Custódia, em Aparecida de Goiânia