A arte brasileira perdeu nesta quinta-feira, 10, um dos seus nomes mais autênticos e inspiradores. Faleceu Moacir Soares de Faria, aos 71 anos, artista autodidata nascido na Chapada dos Veadeiros e conhecido por sua produção intensa, colorida e profundamente simbólica em narrativas visuais únicas.

Presença espiritual na Vila de São Jorge, onde viveu e trabalhou por décadas, Moacir fez murais, pinturas e cartazes que fazer parte da paisagem local tanto quanto as montanhas e o cerrado da região. Foi ele o responsável pela identidade visual do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, e suas obras são reconhecidas por capturar a alma da região com traços vibrantes, formas arquetípicas e cores intensas.

A notícia de sua morte causou grande comoção entre moradores, artistas e admiradores de sua obra. A Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge publicou uma emocionante nota de despedida, ressaltando o impacto profundo que Moacir teve na vida cultural da vila: “Suas pinturas não apenas decoram, mas narram quem somos, de onde viemos e para onde desejamos ir.”

A Cerrado Galeria, que passou a representá-lo neste ano, também expressou seu pesar, destacando o valor de sua trajetória no cenário artístico nacional. “Moacir não apenas representava a riqueza da arte produzida no Centro-Oeste, mas também a colocava em um patamar de excelência e reconhecimento nacional”, afirmou a galeria, comprometendo-se a preservar e difundir sua obra.

Reconhecido por críticos e acadêmicos, Moacir teve sua vida e processo criativo documentados no filme “Moacir – Arte Bruta”, dirigido por Walter Carvalho em 2005. Suas obras passaram por importantes instituições como o Itaú Cultural e o MASP, em São Paulo, firmando-se como um dos grandes nomes da arte popular e da arte bruta brasileira.

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