O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ratificou neste sábado, 9, o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente serviu como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, o ministro concedeu liberdade provisória a Cid, e impôs algumas medidas cautelares, como o uso de uma tornozeleira eletrônica, restrição de saída de casa durante os fins de semana e à noite, e seu afastamento de suas funções no Exército.

Esta homologação segue a conclusão do acordo de colaboração entre Mauro Cid e a Polícia Federal (PF), que envolve as investigações sobre as milícias digitais e outros casos relacionados, incluindo a venda de presentes oficiais recebidos durante o governo de Bolsonaro.

No inquérito sobre as milícias digitais, a Polícia Federal investiga uma organização criminosa com suspeitas de conspiração contra o Estado Democrático de Direito.

Cid estava sob custódia desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da PF relacionada à inserção de informações falsas sobre vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, que envolveu membros da família do ex-auxiliar e do ex- presidente Jair Bolsonaro. Posteriormente, ele também foi investigado por suposta participação na venda irregular de presentes oficiais e joias recebidas durante o governo Bolsonaro.

A estratégia de defesa de Cid mudou em agosto, quando o advogado Cezar Bitencourt passou a representá-lo. Em uma entrevista à revista Veja, Bitencourt indicou que seu cliente aceitaria ter vendas de joias recebidas pelo ex-presidente nos Estados Unidos, alegando que agiu sob ordens de Bolsonaro.

No entanto, numa entrevista subsequente à GloboNews, Bitencourt revisou essa posição e afirmou que Cid não pretendia “incriminar” Bolsonaro ou fazer uma confissão, mas sim fornecer “esclarecimentos”.

Leia também: