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Comunidade questiona a destinação que a máquina pública pretende dar à área de quase 400 mil m², que estava até então sob o comando do Clube Jaó

Moradores do Setor Jaó saíram às ruas na tarde deste sábado (4/7) para pedir um posicionamento do Estado quanto à destinação de uma área de quase 400 mil m² na região, que estava até então sob o comando do Clube Jaó. A comunidade teme que a área de preservação ambiental seja alvo de degradação, especulação imobiliária e até mesmo de invasões urbanas.

De acordo com o presidente do Instituto Cidadão Consciente Participativo, Marcelo Conrado, a parte do terreno, que já está sob responsabilidade do Estado, teria sido invadida e degradada ao longo dos anos e que, por isso, os moradores não entendem e questionam o interesse da máquina pública na região “preservada” pelo Clube Jaó.

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“O Clube e seus sócios gastaram mais de R$ 16 milhões para revitalizar e preservar a área. Enquanto isso, o Estado abandonou a parte dele, que foi invadida e degradada. Por que o Estado está tão preocupado com uma área que está sendo muito bem preservada, mas não se preocupa em revitalizar a parte que já está com dele?”, questiona.

Em entrevista ao Jornal Opção Online, Marcelo Conrado também contou que, de alguns meses para cá, aumentaram as denúncias de degradação na parte do terreno que já está sob o comando da máquina pública. “São cerca de 40 caminhões de entulhos jogados diariamente em nascentes no local”, destacou.

Segundo Marcelo, há especulações de que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) estaria interessado no terreno para a construção de uma avenida que ligaria os setores Jaó e Negrão de Lima. Outra teoria levantada pelos moradores é de que o terreno passaria a ser alvo de especulação imobiliária, após a reintegração de posse pelo Estado.

Quem também participou da marcha dos moradores do Setor Jaó, neste sábado, foi o vereador e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Paulinho Graus (PDT). Em entrevista, o legislador afirmou que tem cobrado um posicionamento dos órgãos responsáveis quanto à destinação das áreas.

Na próxima semana, a Câmara de Goiânia começa a discutir um projeto de lei que propõe uma mudança no Plano Diretor do Município, tornando a região uma área especial de interesse urbanístico. Com isso, os terrenos perderiam o valor imobiliário e não poderiam comportar nenhuma espécie de empreendimento.