Federal goiana terá que corrigir irregularidades flagradas durante vistoria do órgão e cumprir outras 12 medidas de proteção

O Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou a Universidade Federal de Goiás (UFG) após vistoria que constatou irregularidades nas proteções de equipamentos instalados na Escola de Veterinária e Zootecnia da instituição. Há um mês, o estudante de veterinária Lucas Silva Mariano, de 21 anos, morreu após cair em um misturador de ração na unidade.

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Como resultado da vistoria, o MPT pediu à federal goiana a correção de ao menos nove irregularidades flagradas durante vistoria e o cumprimento de outras 12 medidas de proteção. As informações são do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg)

Segundo apurado pelo ministério, os operadores de máquinas da instituição não contavam com certificados de treinamento. Dentre as principais exigências feitas pelo MPT está a instalação de obstáculos para impedir o acesso à parte do misturador em que Lucas caiu, a confecção de análise das condições psicofisiológicas dos trabalhadores, a inspeção rotineira das máquinas pelo funcionário responsável e a manutenção preventiva e a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

A vistoria foi realizada no dia 26 de junho após denúncia anônima, feita em consequência da morte do estudante Lucas Silva Mariano. O caso vem sendo investigado pela Superintendência Técnico-Científico de Goiás (SPTC-GO) e ainda está em fase de perícia.

Em resposta, a UFG afirmou que está tomando providências para atender às medidas de segurança.

Veja a nota da universidade na íntegra:

A Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG), juntamente com a direção da Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ) e a coordenação do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass), está tomando providências para atender às medidas de segurança recomendadas pelo Ministério Público do Trabalho em Goiás. O documento do MPT está sendo analisado e será respondido no prazo estabelecido.
 
Cabe ressaltar que, antes mesmo da manifestação do MPT, a direção da EVZ realizou uma revisão nos procedimentos e rotinas das atividades práticas, de forma que alguns pontos da notificação já foram readequados. A UFG também cobrará providências da empresa contratada para prestar serviços à unidade acadêmica, uma vez que ela é responsável por alguns dos itens levantados pelo MPT.
 
A UFG reitera que preza pela segurança de estudantes, professores e técnicos-administrativos no desempenho de suas atividades em órgãos e unidades acadêmicas. O Siass é o órgão responsável pela saúde e segurança do servidor público, estendendo suas ações de segurança do trabalho também aos estudantes.
 
Dentro do Siass, a equipe responsável pela segurança do trabalho já vem realizando uma série de ações em toda a Universidade, como a definição de fluxograma e encaminhamento para possíveis casos de acidente de trabalho. Também estão sendo compostas em toda a Universidade Comissões Internas de Saúde do Servidor Público (CISSP), responsáveis por mapear riscos e realizar a capacitação de servidores, funcionários terceirizados e estudantes.