Mesmo sem coroação e entronização, o começo do papado de João Paulo I manteve o ar de grandes solenidades

A celebração que inicia o pontificado de um Papa é muito aguardada. Principalmente nesses tempos de telecomunicação, cada detalhe é transmitido para o mundo todo. Espera-se a sua homilia, os caminhos a serem seguidos pelo novo Sumo Pontífice, a mensagem que deseja transmitir aos seus fiéis, os avisos aos líderes mundiais. O início de um pontificado abre novos tempos para a Igreja Católica.

Por conta da diferença do fuso horário do Vaticano com o nosso, muitas vezes essa celebração é transmitida para cá de madrugada ou no começo da manhã. A Rede Globo sempre transmite. Eu lembro que as transmissões do Vaticano ou das visitas do Papa ao Brasil são feitas pela Globo eram narradas pelo Fabbio Perez. Ele tinha uma voz mansa, serena. Ao lado dele, um padre comentava e explicava alguns aspectos litúrgicos da celebração.

O Papa João Paulo I começou seu pontificado em 3 de setembro de 1978. E ele começou inovando. Não quis ser coroado e nem carregado. Um gesto de humildade. Era tradição o papa passar pelo povo carregado em sua cátedra. O pontificado de João Paulo I, o papa sorriso, foi o mais breve da história. Durou apenas 33 dias, mas deixou marcas. Seus sucessores também não foram mais coroados e, ao invés de serem carregados numa cadeira, hoje tem o papamóvel.

A Revista Manchete fez uma reportagem sobre a celebração que deu início ao pontificado de João Paulo I. “Não houve coroação, nem entronização. Mas a missa que começou seu pontificado manteve o ar das grandes solenidades”.