Mesmo sem comunicado oficial sobre recuo de Friboi, Iris é o nome do PMDB ao governo
26 maio 2014 às 17h17

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Informação foi repassada por Samuel Belchior, presidente do partido. Empresário desistiu na semana passada e o ex-prefeito de Goiânia saiu da disputa no final de abril; ambos divulgaram carta aberta
O presidente do diretório estadual do PMDB, o deputado Samuel Belchior, disse no início da tarde desta segunda-feira (26/5) que não foi comunicado oficialmente sobre a desistência do então pré-candidato ao governo pelo PMDB, o empresário Júnior Friboi, feito na última quinta-feira (22). Segundo o peemedebista, o nome da disputa para ao governo estadual para as próximas eleições será o do ex-governador Iris Rezende, que na semana passada falou que só se posicionaria quando fosse informado formalmente pela direção estadual. O líder desistiu da candidatura no dia 29 de abril.

A fala veio durante coletiva à imprensa após reunião de mais de duas horas entre parte da cúpula do partido, na sede do diretório, no Setor Aeroporto, em Goiânia. Aos repórteres, Samuel falou que, agora, a bola da vez está com o ex-governador Iris Rezende — quando Friboi foi respaldado como pré-candidato oficial, ele havia dito a mesma coisa. No entanto, quando questionado pelo Jornal Opção Online como isso seria possível, já que a bola estaria com Iris sem que Friboi tivesse comunicado oficialmente sua desistência, ele se desculpou e argumentou que se expressou mal anteriormente.
A reunião de hoje era para ter acontecido no dia em que Friboi anunciou sua desistência, a convite do deputado Paulo Cezar Martins. Mas não foi possível realizá-la por incompatibilidade na agenda de Samuel. A opinião dos partidários sobre a carta de renúncia do empresário foi o tema central da reunião, segundo o presidente.
A pouco mais de 15 dias do início do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para a realização das convenções, o deputado acrescentou que não foi estabelecido nenhum tipo de cronograma para definição dos candidatos majoritário e proporcional, o que cabe, conforme pontuou, ao cabeça de chapa. “Com a saída do Júnior e com todo respeito aos outros companheiros [Ivan Ornellas e Wagner Guimarães ainda estão escritos como pré-candidatos]… Mas isso já tinha sido dito lá trás. O Iris disse se o partido precisasse e não tivesse candidato à altura para disputar, ele estaria pronto. E é com ele que vamos disputar as eleições em 2014.”
O dirigente peemedebista discordou de alguns pontos redigidos na carta de renúncia do empresário, como o trecho em que afirma que faltou espaço na legenda. “Não é justo falar que ele não teve oportunidade no partido.” Para Samuel, nesse momento, o PMDB não está pensando em receber ajuda de Friboi durante a campanha ao governo.
Dissidência
Após sair do diretório, antes do término da reunião, Bruno Peixoto afirmou que o PMDB não vai aceitar a desfiliação de Luiz Juvêncio, prefeito de Guapó, que ficou insatisfeito com o recuo de Friboi da disputa.
Porém, durante a coletiva, Samuel foi questionado pelo Jornal Opção Online quais seriam as medidas tomadas contra os prefeitos peemedebistas que se mostraram insatisfeitos com a atual situação. O presidente disse que o partido não tem autonomia para decidir sobre isso. Destacando que chegou a receber a ficha de desfiliação de Juvêncio, o deputado relatou que futuramente o PMDB pode abrir um processo administrativo por meio do Conselho de Ética.
Nas últimas semanas, outros prefeitos se mostraram infelizes com a divisão na legenda. Entre os políticos estão os de Niquelândia, Goiatuba, São Luiz do Norte, Mara Rosa, Vicentinópolis, São Patrício, Porteirão, Pontalina e o de Turvelândia, Ailton Alves Minervino. Ele afirmou em entrevista que o partido está sendo “estraçalhado” em Goiás e declarou apoio ao projeto do vice-governador José Eliton (PP) e ao governador Marconi Perillo (PSDB), caso saia à reeleição.