A redução progressiva da testosterona não afeta apenas a disposição e a libido. Pesquisas mostram que níveis baixos desse hormônio podem estar associados a aumento do risco cardiovascular, perda óssea acelerada e alterações metabólicas importantes, como resistência à insulina e acúmulo de gordura abdominal.

Conhecido como andropausa, a “menopausa masculina” pode ter o diagnóstico retardado devido os sintomas serem confundidos com os sinais comuns do envelhecimento. É por isso, que a avaliação médica é fundamental, normalmente o paciente é avaliado por urologistas que além da dosagem hormonal, orientam sobre outros aspectos como saúde mental, sono e hábitos de vida.

“Diferente da menopausa feminina, onde há uma queda abrupta dos hormônios, nos homens ocorre uma redução progressiva da testosterona ao longo da vida. E acontece que esse DAEN, que é essa deficiência androgênica do envelhecimento masculino, ele acontece ali a partir dos 40 anos e ou dos 50 anos” é o que explica o urologista, Dr. Wagner Kono, ao Jornal Opção.

Ainda de acordo com o especialista a andropausa pode causar sintomas como: queda de energia, diminuição da libido, fraqueza, dificuldade na ereção, perda da massa muscular, aumento da gordura abdominal, alterações do sono e de humor.  

Alimentação balanceada, exercícios regulares, controle do estresse e sono adequado são estratégias comprovadas que ajudam a preservar os níveis hormonais e reduzem também o impacto da andropausa.

Quais são os riscos?

Se o homem opta por não realizar nenhum tratamento ou não tem essa oportunidade, por desconhecimento pode enfrentar alguns problemas. Dr. Wagner Kono explica que um deles é a piora da qualidade de vida. O homem após os 40 anos começa a ter muito cansaço, irritabilidade e falta de motivação. Em casos mais graves, apresenta também a disfunção sexual, como queda da libido, queda de interesse pelo sexo.

“Um conjunto de sinais e sintomas relacionados a alterações da gordura corporal, do colesterol, triglicérides, diabetes, alterações do fígado, dos rins. E isso tudo, somado a todas essas alterações metabólicas, ele vai perdendo massa muscular, ele vai ficando mais fraco e também massa óssea, com risco de uma osteoporose, uma queda e levar a uma fratura também. E não distante, pode sim ter um risco cardiovascular indireto, quando associado também à obesidade, ao sedentarismo e até a diabetes”, enfatiza o urologista.

Todos esses sintomas coincidem também com esse ganho de peso e alteração metabólica. Aumento da gordura abdominal, tem maior risco de desenvolver um diabetes. Então, o homem desenvolver o que os médicos chamam de síndrome metabólica.

Dr. Wagner Kono é urologista especialista em cirurgia robótica pelo Hospital Albert Einstein | Foto: Divulgação

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