Em entrevista a rádio goiana, o governador também discutiu o imbróglio envolvendo a Celg

O governador Marconi Perillo (PSDB) apresentou em entrevista à rádio CBN de Goiânia, na manhã desta segunda-feira (28/7), propostas de governo para as áreas de saúde, educação e segurança pública para um eventual quarto mandato. Ele também falou sobre a Celg, reiterando que o acordo firmado com a Eletrobras está prestes a ser finalizado.

Falando sobre as OSs que gerem unidades de saúde no Estado, Marconi criticou os oposicionistas que hoje se colocam a favor desse modelo de administração e dizem ser preciso mais fiscalização. “Todo mundo na oposição era radicalmente contra as OSs. Quando perceberam que elas deram certo, que os serviços melhoraram radicalmente em favor do povo – principalmente das pessoas mais pobres –, começaram a falar em apoio, mas aí vieram com essa história de que a fiscalização tem que ser maior. Eles não sabem o que estão falando. Nenhuma OS no Brasil é mais fiscalizada do que as nossas”, rebateu.

O governador explicou que a administração estadual conta com a Agência Goiana de Regulação (AGR), a Controladoria Geral do Estado (CGE), o Tribunal de Contas do Estado (TCM) e o Ministério Público de Goiás (MPGO) para fiscalizar o cumprimento dos contratos. Além disso, ele ressalta que o Executivo tem sido rigoroso nas apurações. “Estamos fiscalizando. Estou feliz com o que está acontecendo. E tenho certeza que à medida que avançamos, temos uma população respeitada na sua dignidade.”

Sobre a Educação, Marconi pontuou que o Pacto pela Educação foi elaborado em sua gestão, implantando uma reforma com 25 pilares que está sendo executado na rede pública estadual. “Adotamos política de implantação do piso salarial, melhoramos as remunerações, demos apoio à qualificação e formação, como fizemos em nossas outras duas gestões, e avançamos muito na área da tecnologia e melhorias físicas. Foram mais de mil escolas reformadas, por meio do repasse de recursos direto para os diretores. Atualmente, estamos destinando recursos para construção de 520 quadras cobertas nas escolas”, informou.

De acordo com o tucano, 300 escolas já foram contempladas com notebooks para os professores e netbooks para os alunos, e os avanços tem sido significativos. “Goiás saltou, em 2011, do 16º lugar no Ideb para o 5º lugar. Esperamos em 2013 alcancemos o 3º lugar”, declarou.

O governador não se eximiu de tratar de um dos pontos mais utilizados pela oposição para criticar sua administração: a segurança pública. “Fizemos e ainda estamos fazendo investimentos vultosos. Em 2011, vínhamos de uma escala grande da média de homicídios, com 26% de crescimento. Em 2012, já caímos para 22%; em 2013, para 6%; e em 2014, até agora, caímos para 2%. No próximo semestre, vamos trocar pela terceira vez 2.200 viaturas, agora com equipamentos mais modernos”, assegurou.

Como próximos passos, ele anunciou investimentos na construção da Central de Inteligência e a implantação de cerca de 500 câmeras de segurança. “Hoje, as polícias goianas estão em segundo lugar no Brasil em termos de remuneração. E estamos usando todas as nossas forças para reduzirmos os índices de homicídios”, disse.

Mais uma vez, ele apontou a legislação, o governo federal e a falta de proteção nas fronteiras pelos problemas de segurança não só no Estado, mas em todo país. “No mapa da violência no mundo, o Brasil é o sétimo nas taxas de homicídios, no total de 100 países. Faltam no Brasil política e estratégia para segurança pública federal. E falta dinheiro, porque só os governos estaduais colocam recursos. Em 2012, os governos estaduais investiram R$ 40 bilhões em segurança do cidadão, enquanto o governo federal investiu R$ 1 bilhão”, observou.

Quanto à Celg, Marconi afirmou que seus problemas tem origens, principalmente, na venda da Usina de Cachoeira Dourada. “Na verdade, começou há 20 anos, quando a estatal sofreu má gestão. Os governos pegavam carros emprestados da Celg e não pagavam. Faziam obras e não pagavam. Acabou que o governo do Estado acumulou, naquela época, dívida superior a R$ 1 bilhão com a Celg. Isso levou a um desequilíbrio que consegui reconhecer em meus governos e que, no início de 2011, com o empréstimo que fizemos, pagamos a dívida que o Tesouro Estadual tinha com a Celg.”

Com as diversas pendências da estatal, a solução encontrada foi o repasse de sua administração à Eletrobrás. No entanto, durante a negociação em 2011, que previa a transferência de 51% das ações, surgiu outro problema. “Os relatórios foram díspares. O nosso dava conta de que a Celg tinha um valor muito grande, e o da Eletrobras, pequeno. Não pudemos fechar esse entendimento, porque uma das cláusulas do acordo previa que se houvesse diferença superior a 10%, teríamos de fazer nova avaliação. Também não concordei, porque a Celg poderia levar um grande prejuízo”, disse.

Marconi afirmou que o governo do Estado e a Eletrobras decidiram trabalhar as convergências dos relatórios, e depois da última audiência que tiveram com a presidente da República, na última quarta-feira (23/7), a Eletrobras cedeu em vários pontos; o governo goiano já havia cedido em outros.