Pessoas próximas ao governador afirmam que intensificação das conversas entre ele e o senador mineiro têm foco nacional, mas circula nos bastidores interesse em ter o DEM na majoritária goiana

A conversa entre o governador Marconi Perillo e o presidenciável pelo PSDB, senador Aécio Neves, na última quinta-feira (22/5) foi uma coincidência de agendas, e é a quarta presencial em duas semanas. Às vezes eles se falam diariamente por telefone, até três vezes ao dia. O interesse do tucano mineiro ao buscar o goiano é a discussão da política em âmbito nacional, conforme frisa Jayme Rincon, presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop). Outro aliado próximo de Marconi ouvido pelo Jornal Opção Online nesta sexta-feira (23) também fez questão de ressaltar o teor nacional do diálogo de aproximadamente 40 minutos com o pré-candidato a presidente ainda no aeroporto de Anápolis. “Ele estava em Brasília e ao saber que Marconi estava em Anápolis decidiu se encontrarem rapidamente”, explica Rincon.

A pauta das conversas, além de sugestões para a elaboração do programa de governo de Aécio –– que já acatou, por exemplo, o enfoque em segurança pública sugerido por Marconi –– é o pedido de apoio na articulação para a composição da chapa presidencial. “Há o interesse em se ter o José Serra na vice, e Aécio sabe que o Marconi tem uma boa relação com ele [Serra]”, diz Rincon.

Segundo ele, Marconi se dedicou a relatar a Aécio as impressões com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT) em Goiás entre a noite de quarta e o dia de quinta-feira, tendo destacado ao tucano o caráter cordial da relação com a petista. “Mas não foi esse o foco”, emenda.

Fator Caiado

O próprio tucano se adiantou a falar à reportagem que não foi tratado nesta conversa a respeito do deputado federal e pré-candidato ao Senado Ronaldo Caiado (DEM). “O pessoal tem dito que haveria uma pressão nacional nesse sentido, mas não tem. Marconi tem dito claramente qual a provável chapa”, sentenciou, referindo-se a José Eliton (PP) e ao deputado federal Vilmar Rocha (PSD). “Marconi é muito decidido, mas é claro que em política pode haver mudanças, vejo o caso do [Júnior Friboi]”, complementou Rincon, elencando que quem vai disputar não tem que ficar se preocupando com os adversários. “A briga é deles, eles que se intendam”, cutucou.

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O outro aliado próximo a Marconi ponderou que de fato existem duas forças políticas dentro da base aliada em torno do assunto Caiado. Uma considera importante a presença do democrata na majoritária, quando outra é favorável aos nomes pré-estabelecidos, por considerá-los fieis ao projeto marconista. “A tendência a manter a chapa que se desenha”, avalia a fonte.

Já que Ronaldo Caiado tem cumprido agenda intensa pelo interior goiano e não tem atendido telefonemas, a reportagem consultou nesta sexta-feira as impressões de uma pessoa próxima a ele após as últimas movimentações no tabuleiro político goiano (vide recuo de Friboi, principalmente). Segundo a fonte, existe sim preocupação da cúpula nacional do PSDB em relação à chapa majoritária goiana, e a conversa entre Marconi e Aécio pode, em algum momento, ter abordado essa questão no que se refere ao democrata. “Em 2010 a chapa forte de Marconi foi garantida pelo DEM, em 2014 é preciso capilaridade, e o Caiado tem isso em todo o Estado”, comenta.

A nível nacional, DEM e PSDB estão juntos, ou seja, há por parte de Aécio Neves proximidade com os democratas. Todavia, a relação com Marconi é a de liberdade em sua atuação local.

Alianças

O recuo de Júnior Friboi em sua pré-candidatura ao governo pelo PMDB foi recebida positivamente pela base aliada, que aguarda aumentar o números de partidos apoiadores, que atualmente são 14. As conversações estão avançadas com partidos que após a saída do empresário do páreo anunciaram indefinição. É aguardada para esta sexta-feira anúncio de apoio das legendas PCdo B, PROS, PPL e PRTB.