Marconi e Alckmin assinam acordo tecnológico entre SED e USP
22 março 2016 às 15h22
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Governadores destacam importância da parceria, que resultará na troca de experiências entre a administração goiana e a mais importante universidade brasileira
Os governadores Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, e Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, assinaram na segunda-feira (21/3) autorização de convênio entre o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED), e a Universidade de São Paulo (USP), para atuação conjunta na promoção das ações do Inova Goiás, programa de inovação e tecnologia.
O termo de cooperação contou ainda com assinaturas do titular da SED, Thiago Peixoto; o reitor da USP, Marco Antonio Zago; e o diretor da Agência USP de Inovação, Wanderley Bagnato.
A partir deste convênio, o Governo de Goiás poderá contar com a expertise da instituição com maior número de patentes depositadas em todo o País. Segundo o reitor Zago, são mais de 400 desde 2010.
A USP conta ainda com três parques tecnológicos implantados e em implantação, além de incubadoras com 180 empresas. “Assim, a USP procura não só liderar em termos acadêmicos, mas também na relação com a sociedade e consumidores”, destacou o reitor, que entregou a Marconi e a Alckmin uma edição do livro “Papagaios do Brasil”, produzido com o acervo do Museu de Zoologia da USP.
Ambos os governadores destacaram a importância do convênio para as partes envolvidas, por se tratar de algo que extrapola limites territoriais, usando o melhor de cada um: a USP entra com o conhecimento; Goiás, como ressaltou o próprio governador paulista, com o empreendedorismo de um dos Estados mais pujantes do Brasil.
“Essa parceria é como uma dobradinha Messi e Neymar”, comparou. Em outra analogia futebolística, Alckmin disse que o governador Marconi é “tetracampeão” – alusão aos quatro mandatos de governador.
Bolsa Futuro
Marconi, por sua vez, observou que o colega paulista também é “tetracampeão”. E comparou a parceria formalizada, guardadas as devidas proporções, ao que fizeram os Bandeirantes.
Lembrou que a relação do Governo de Goiás com a USP começou com o programa Bolsa Futuro, em 2011, resultando na qualificação de quase 600 mil trabalhadores goianos.
Desde então, as duas partes passaram a trabalhar na formatação de dois projetos estruturantes e ousados, no primeiro semestre de 2015, que são o Inova Goiás e o Goiás Competitivo. Ambos focados na competitividade.
“Um binômio para transformar Goiás”, definiu Marconi. O governador agradeceu ao colega paulista por realizar a cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, dando ao evento o status que ele merece.
E convidou o reitor para apresentar o projeto no Fórum de Governadores do Brasil Central, do qual Marconi é presidente. “Quero mostra esse grande projeto aos meus colegas do Centro-Oeste e do Norte”, justificou.
O governador goiano ainda observou que a crise atual – moral, política e econômica, que provocou só em fevereiro uma queda de 12% na arrecadação do Estado – está puxando o Brasil rumo a uma depressão este ano e em 2017. “Isso impõe desafios da retomada e recuperação do desenvolvimento”, alertou. E o caminho, acrescentou, é a pesquisa e a inovação em tecnologia.
Aprendizado duplo
Para confirmar a visão do colega goiano, Alckmin lembrou uma informação que recebeu em visita ao município de Holambra (SP), onde descobriu que um quilo de semente de tomates pode ser vendido a 100 mil euros.
Na visão do governador paulista, está ligado à ciência e à inovação o caminho para melhorar e agregar valor aos produtos de estados como Goiás – e, consequentemente, a vida da população. “(A parceria) vai ser um aprendizado duplo, os dois lados vão aprender”, previu.
Participaram ainda da solenidade Mauro Faiad, superintendente executivo de Ciência e Tecnologia; Aline Figlioli, superintendente de Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Fomento à Tecnologia; Maria Zaíra Turchi, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeg); Soraia Paranhos, chefe de Gabinete de Gestão e Capacitação e Formação e Tecnologia; e José Luiz Bittencourt, diretor do Inova Goiás. Pela USP, o vice-reitor, Vahan Agopyan; pró-reitores e demais integrantes da direção da universidade paulista.
Compromisso
Após a assinatura do convênio com o Governo de Goiás, o diretor da Agência USP, Wanderley Bagnato, fez questão de reforçar seu compromisso com o projeto. “Nós cientistas, somos comprometidos com a verdade, e não nos envolvemos num projeto que não tem relevância”, explicou. E apontou a seriedade do projeto.
“Quando fui chamado, senti que a coisa era diferente; tinha um programa, uma determinação de fazer de Goiás um exemplo nacional, de grande vocação e relevância para o País.”
Ainda de acordo com Bagnato, trata-se de um programa que mostra uma responsabilidade social muito grande. Por isso, acredita que não vai prestar serviço para um governo, “mas fazer com ele (o projeto) uma nova forma de implementar uma ação de inovação para a sociedade brasileira”.
Ao garantir que todos os colegas da USP estarão contribuindo ou torcendo para o programa, Bagnato voltou a prever que Goiás há de ser um Estado que vai exportar também commodities tecnológicas.
Em sua fala, o secretário Thiago Peixoto avaliou que o projeto foi muito bem elaborado, e que tem muito a ganhar com a parceria com a USP. Para ele, essa parceria serve de exemplo para o País, por desenhar um projeto de desenvolvimento com base na “ciência, tecnologia, competitividade e na inovação”.
Um dos importantes acadêmicos da USP presente no evento, Carlos Antônio Luque lembrou da importância do convênio para a USP e os estados de São Paulo e Goiás, pelas “pelas implicações do convênio”.
“Economistas, como eu, apontam que a real força para promover o desenvolvimento econômico são as melhorias tecnologias. E essa parceria vai nessa direção; consequentemente, vai favoravelmente ao encontro do desenvolvimento de Goiás, São Paulo e USP, que estão de parabéns.” (Com Gabinete de Imprensa)