Acontece, neste domingo, 23, a 13° Marcha da Maconha de Goiânia. O evento social e político tem concentração na Praça Universitária, a partir das 14h, e deve realizar percurso até a Praça Cívica. Após o retorno ao local de concentração, tem continuidade às atividades artísticas e falas políticas. A Marcha da Maconha acontece após a “Semana da Legalização”, série de compromissos que debatem a legalização da Cannabis. 

Com o tema “Legaliza a Planta, Liberdade para quem usa”, a Marcha traz programações culturais, construção de cartazes e falas sobre temas políticos e jurídicos relacionados à Cannabis. O foco político desta edição está no julgamento da descriminalização pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e também, na contramão da Corte, o Projeto de Lei de endurecimento da criminalização que tramita no Congresso Nacional.  

A organização do evento, feita pelo Coletivo Mente Sativa (Vinculado à Articulação Nacional das Marchas da Maconha), afirma que o intuito das discussões e debates feitos ao longo da semana e também daqueles que serão levantados na marcha é pensar “mudança da Legislação relacionada à Cannabis, a fim de regulamentar o seu acesso, seja para fins medicinais, espirituais, industriais ou recreativo adulto”.

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O Coletivo organizador da Marcha destaca, em nota, que: “Enquanto o STF, que arrasta desde 2015 o julgamento para definir a quantidade que diferencia usuário de traficante, está prestes a terminar a votação, o Senado avança com a PEC da Criminalização, que irá aumentar a repressão sobre os usuários, sem definir a quantidade que diferencia usuário de traficante. A PEC não só não resolve o problema, mas o agrava”.

Debate 

Ao longo da semana que antecede a Marcha, foram realizados debates em diversos pontos da cidade como parte da “Semana da Legalização”. No dia 20 de junho, aconteceu debate na Câmara Municipal de Goiânia, mediado pelo vereador Fabrício Rosa (PT), sobre pesquisa, produção e uso terapêutico da planta. O coletivo de ‘Mães de Cannabis’ e a doutora Patrícia Guimarães, da UFG, participaram da discussão. 

No dia 18 deste mês, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) recebeu discussão sobre “a criminalização do uso da Maconha”. Também aconteceram, ao longo da semana, atividades de cunho político e cultural em locais como Centro Cultural Martim Cererê, A Casa de Vidro e na Praça Universitária. 

Organização 

O público estimado para participar do evento é de 2 mil pessoas, segundo previsão da organização. Não houve verba pública empregada para realização da Marcha. O coletivo Mente Sativa não estimula o consumo de substâncias ilícitas durante o evento, e realiza articulação com as forças de oficiais a fim de garantir a segurança do público e a legalidade do evento. 

Vale destacar que a realização das Marchas da Maconha por todo o país é autorizada pelo STF desde 2011.  

O coletivo organizador atua em Goiânia desde 2011 a fim de estimular a discussão pública que forme um posicionamento crítico em relação à guerra às drogas e às políticas proibicionistas.