“Maguito Vilela sabe que Marconi é disparadamente melhor do que Iris”, diz Frederico Jayme
27 agosto 2014 às 20h02

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Para o ex-deputado peemedebista, Marconi deve alcançar, em breve, a preferência do eleitorado de Aparecida de Goiânia, e também de Anápolis e Goiânia

Pesquisas eleitorais divulgadas recentemente pela imprensa local têm mostrado crescimento do governador e candidato à reeleição Marconi Perillo (PSDB) e queda de seu principal oponente, o decano peemedebista Iris Rezende (PMDB). Falta ainda ao tucano, no entanto, a preferência do eleitorado em municípios considerados pelos peemedebistas como “estratégicos”, tais como Anápolis, Goiânia e Aparecida de Goiânia.
A esperança da ala irista é que o pleito deste ano vá para o segundo turno graças aos votos desses municípios, os maiores colégios eleitorais do Estado. Acontece que as aspirações peemedebistas quanto ao cenário descrito podem estar com os dias contados. Ao menos é o que garante o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás e ex-deputado Frederico Jayme. À frente da campanha marconista, o peemedebista é enfático ao dizer que a situação ainda será revertida a favor do governador, e lembrou que pesquisas já começam a mostrar o crescimento do tucano nestas cidades. Mas vamos por partes.
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Em relação especificamente a Aparecida de Goiânia, Frederico Jayme citou como fator preponderante à segunda colocação de Marconi o ativismo partidário de seu prefeito, o peemedebista Maguito Vilela. Em sua avaliação, os cinco pontos de diferença entre Iris e Marconi, com vantagem para o ex-governador, se dá porque Maguito é “um prefeito que trabalha” e mostra resultado. No entanto, para Frederico, o chefe do Executivo aparecidense sabe o que é “melhor” para Estado e é, a partir disso, que o tucanato poderá crescer perante o eleitorado.
“O Maguito sabe, tem consciência, que o Marconi é disparadamente melhor para Goiás do que o Iris. Ele não força ninguém, não pressiona ninguém. As pessoas vão ao seu encontro e dizem que tem opção pelo Marconi e ele respeita. Se Marconi fosse um governador ruim, é claro que o Maguito ia entrar nisso aí de corpo e alma”, avaliou, emendando que dos 25 vereadores de Aparecida de Goiânia, 18 estão com o governador tucano, inclusive o presidente da Casa, também peemedebista.
Quanto à situação na capital, Frederico destacou a politização do eleitorado e garantiu que será pesado na decisão dos goianienses o fato de Iris ter os “traído”. Sua declaração remonta às eleições de 2010, quando Iris deixou a prefeitura para concorrer novamente ao governo do Estado. “O eleitorado tirou a prefeitura de qual partido e entregou para o Iris? O PT [de Pedro Wilson]. O Iris traiu o eleitorado goianiense e devolveu o mandato, por uma ação megalomaníaca de buscar novamente o governo, para o PT”, disse. Assim, na avaliação do ex-deputado, o eleitor da capital, tendo conhecimento deste fato, deve — e já estaria fazendo — responsabilizar o candidato peemedebista pelo momento crítico pelo qual passa a gestão municipal do prefeito Paulo Garcia (PT). “Nas pesquisas, Marconi já está próximo dele em Goiânia, e vai passar”, acrescentou.
Por fim, Frederico Jayme comentou sobre a preferência da população anapolina pela candidatura do governadoriável e ex-prefeito do município, Antônio Gomide (PT). Em entrevista ao Jornal Opção Online no último dia 18, o presidente estadual do PSDB, Paulo de Jesus, tornou público que a campanha tucana concentra seus esforços na cidade em busca da preferência do eleitorado. Isso porque, em praticamente todas as pesquisas, o petista, que no quadro geral do Estado amarga o quarto lugar, está na frente. Frederico Jayme vê a questão com outros olhos.
A aposta do ex-deputado, semelhante à situação vivenciada pela capital, é a conscientização política do eleitorado. Segundo ele, o ex-prefeito acabou por se beneficiar de obras que foram construídas pelo governo federal e em parceria com o governo estadual, e a população estaria atenta quanto a isso. “Agora, a população está notando que o asfalto que está bom lá no bairro quem fez foi o Marconi. Os viadutos e rodovias foi o governo federal, não foi o prefeito. […] Gomide ficou com a imagem de bom administrador, mas que na essência não é”, alegou.
Apoio de mais peemedebistas
Frederico Jayme conquistou nesta quarta-feira (27/8) novos apoiadores peemedebistas à reeleição do governador Marconi Perillo. A debandada, desta vez, é do quadro da legenda em Pirenópolis, com direito à assinatura de documento por 26 peemedebistas que se reuniram com o tucano na última terça-feira (26). Com as novas declarações de apoio, Frederico diz contabilizar 50% da ala peemedebista a favor de Marconi. “50% do PMDB está apoiando o Marconi com entusiasmo. Em relação aos outros 50%, 25% pode ter entusiasmo com Iris, mas os outros estão de braços cruzados”, avaliou.
Questionado sobre as intenções dos peemedebistas em “trocar” Iris por Marconi, Frederico apresenta duas causas. A primeira delas diz respeito ao que o ex-deputado denomina de “amor por Goiás”. “O governador Marconi Perillo é disparado na frente melhor que Iris Rezende, tanto na sua competência administrativa quanto em suas ações políticas”, explicou. O segundo motivo, nas palavras do peemedebista, se daria pelo fato de Iris ser um político “superado e arcaico”. “Ele ainda quer que o povo pegue a foice e enxadão para fazer mutirão”, acrescentou.
Em contrapartida, a ala peemedebista que ainda segue firme ao lado de seu candidato alega que Marconi estaria usando a máquina governamental em barganhas políticas; daí viria o apoio crescente ao tucano. Informações de bastidores dão conta que iristas teriam oferecido aos dissidentes uma data-limite, o dia 8 de setembro, para que voltem a apoiar Iris. A data é referente ao prazo máximo que o governo do Estado tem para iniciar as obras previstas em convênios com os prefeitos e, assim, estes não sairiam prejudicados por conta de supostas chantagens eleitorais.
Para Frederico Jayme, essa “conversa” que ronda seu partido é fruto do desespero instalado após a oficialização do nome de Iris como candidato a governador. “Uma ameaça velada”, classificou. “É o prazo máximo que está previsto nos convênios para o início das obras. Existe uma burocracia toda. Isso tudo será cumprido”, salientou.
Elemento Celg e a culpa de Iris
Alvo de inúmeras críticas por parte da oposição, a federalização da Celg, em vias de ser concretizada, deve ser objeto de uma ação judicial movida pelo senatoriável Ronaldo Caiado (DEM). Para o parlamentar, a assinatura da promessa de acordo no final da tarde de ontem fez com que os goianos sofressem uma “de suas maiores derrotas”. Frederico Jayme pensa diferente. Para ele, o processo é bastante positivo, uma vez que não se trata de uma privatização. “Não é uma empresa privada que está adquirindo. É uma empresa pública, do governo central. Assim, a Eletrobras, sendo uma empresa pública, também é patrimônio do povo goiano”, explicou.
O ex-deputado peemedebista ainda fez questão de frisar que a atual crise na distribuidora — o que, por sua vez, resultou no processo de transferência da maioria de suas ações — possui raízes históricas, plantadas, sobretudo pelo governo de Iris Rezende. Ao dizer isso, Frederico Jayme faz referência à venda da usina hidrelétrica Corumbá I, em 1984, pelo governo irista, considerada por ele como uma das principais causas do endividamento da Celg. “Iris vendeu a usina e houve prejuízos muito grandes”, avaliou. Por fim, o peemedebista também acrescentou que, ao contrário do que gosta de pregoar Iris, a usina de Cachoeira Dourada — que também teria sido, posteriormente, vendida durante governo peemedebista — não foi construída por ele. “Iris construiu apenas a quarta etapa”, explicou, reforçando que a venda dessas duas usinas mantém relações estritas à atual crise da distribuidora.