Deputado classificou divulgação de áudios como atentado à segurança nacional e afirmou que golpe orquestrado pela oposição está formando “polícia política”

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Luis Cesar afastou suspeita de que objetivo de Lula seria obter foro privilegiado: “Ele não precisa disso” | Foto: Assembleia

O deputado estadual e presidente do diretório metropolitano do PT, Luis Cesar Bueno, repudiou, em entrevista ao Jornal Opção, a divulgação de áudios entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula (PT), ato que classificou como “atentado à segurança nacional”. Luis Cesar afirmou que uma perícia já apontou que a gravação original foi feita no gabinete de Dilma, o que caracterizaria ato ilegal.

Para Luis Cesar, “Existe em curso um golpe de estado formado por setores que estão treinando uma polícia política reacionária”. “A situação mostra um tribunal de exceção que fere o estado de direito”, argumento o deputado. Acusando Sergio Moro de incitar o povo à baderna, Luis Cesar defende que Dilma “Exonere toda a cúpula da Polícia Federal imediatamente”.

“Esse caso, que já está sendo chamado de Morogate (em alusão ao escândalo de Watergate,  que levou à renúncia do ex-presidente americano Richard Nixon) nas redes sociais, precisa ter punição”, disparou Luis Cesar.

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No início da semana, Luis Cesar já havia falado sobre a nomeação do ex-presidente Lula como Ministro Chefe da Casa Civil, anunciada pelo Palácio do Planalto na última quarta-feira (16). Segundo ele, a possibilidade foi articulada dentro do próprio partido e não tem relação com as denúncias protocoladas pelo Ministério Público de São Paulo envolvendo o nome de Lula.

Luis César explicou que o diretório estadual do PT aprovou, junto ao diretório nacional, um plano emergencial “Que muda radicalmente a política econômica que está sendo colocada em prática atualmente”. Embora o nome de Lula não esteja presente nas 22 medidas que estão listadas no plano, Luis Cesar garantiu que, frente à sua força política e capacidade de articulação, já estava definido internamente que ele seria convidado.

Como já haviam comentado vários aliados de Dilma, Lula terá uma função clara no governo: atuará na articulação da presidência não só com os demais partidos mas, também, na comunicação com o setor produtivo. Luis César destacou que a economia brasileira melhorou durante o governo Lula e que ele tem experiência e bons relacionamentos na área, o que facilita o diálogo com importantes agentes econômicos.

“Assim sendo, o Brasil ganha com o presidente Lula nessa função. É bom para a sociedade, para o governo”, afirmou. Luis Cesar ressaltou ainda que o ex-presidente é reconhecido internacionalmente como um grande chefe de estado e que isto traz mais confiança para o país.

O presidente do diretório também comentou as acusações de que Lula estaria querendo, com o cargo no governo, obter foro privilegiado, classificando o debate sobre o tema como “medíocre”. “Ele não precisa disso (de foro privilegiado), não há nenhuma prova, ele tá sendo investigado”, disse ele. “Se ele tivesse sido julgado, nem ministro ele poderia ser”, lembrou. “E eu tenho certeza que essa investigação em curso não vai resultar em nada.”

A nomeação de Lula e o plano de recuperação são, segundo Luis César, uma maneira de o governo Dilma reagir às demandas que o manifestantes que foram às ruas no último domingo (13) apresentaram. Para ele, não é pertinente que a presidente ignore o contingente de pessoas que pediram sua saída do cargo.

“Além do que a presidenta Dilma precisa dar uma resposta para a sociedade. 1,5 % dos eleitores brasileiros foram às ruas, isso não é pouco. O governo deve uma satisfação”, opinou. Luis César acredita que ainda há tempo para que esta reação seja feita, já que Dilma ainda tem três anos de mandato.

Luis Cesar também comentou a delação do senador Delcídio do Amaral, homologada na última terça-feira (15). “O delator tá abalado emocionalmente, toda delação tem que ser analisada com precaução”, colocou, “Mas deve ser apurado: Corrupto é na cadeia, seja no PT ou em qualquer partido”. “O PT não vai deixar de lutar pela ética e pela Justiça”, finalizou.