Uma lavoura comunitária em Goianira, Região Metropolitana de Goiânia, colheu 1.500 sacas de arroz até esta quarta-feira, 15. Do total de alimentos, 50% será destinado aos pequenos produtores rurais do município e 50% à assistência social. Este é seu segundo ano consecutivo de colheita. Em 2023, a lavoura arrecadou 6 toneladas de alimentos e entregou para a Secretaria de Assistência Social.

Os pequenos produtores rurais são aposentados e pessoas assistidas pela assistência social, todos voluntários. Eles já estão trabalhando na lavoura desde o ano passado. “Começamos na segunda-feira e vamos terminar hoje. A assistência social ajuda as pessoas a crescerem e nós temos que dar continuidade. Todo mundo aqui está envolvido. Eu acho bom demais, hoje mesmo ganhei 8 sacos de arroz para levar pra minha casa”, explicou José Cezario, de 70 anos.

Produtor rural José Cezario, de 70 anos | Foto: Divulgação

A lavoura é composta por aposentados que vieram do campo e agora residem na cidade, sem terra nem condições de plantar, encontraram uma nova oportunidade em uma lavoura comunitária organizada por um grupo de produtores rurais. Nesta iniciativa, eles participam das atividades agrícolas, o que tem contribuído para sua satisfação e bem-estar mental.

“Quando recebi o convite dele, passei a perceber que estaria ajudando não só a minha família, mas todas as famílias de baixa renda. Foi muito importante e gratificante para toda a população de Goinaira. Sabemos da perda no Rio Grande do Sul, então este ano vamos focar muito na produção de arroz”, destacou Gabriel Bailon.

A faixa etária dos produtores envolvidos no projeto está entre 40 e 70 anos. Os aposentados demonstram grande entusiasmo pelo trabalho na roça, ansiosos pelos dias de colheita, que geralmente ocorrem aos sábados. O grupo de produtores rurais conta com a participação de 85 integrantes.

Produtor rural Gabriel Bailon | Foto: Divulgação

O projeto, idealizado pelo vereador Giovanni Dias, tem como objetivo fortalecer e ampliar a colheita, contando com o apoio da prefeitura, sob adminsitração do prefeito Carlos Alberto Oliveira. O prefeito expressou seu entusiasmo com a iniciativa e afirmou que a prefeitura tem dado todo apoio aos pequenos produtores rurais para que o projeto Lavoura Comunitária continue fortalecendo e ampliando a colheita.

“A prefeitura entra com recursos, com os produtos, com o preparo da terra desde o plantio até a colheita que vocês vão estar vendo aqui hoje, toda a comunidade se faz presente. É lindo de ver. São moradores aqui do nosso município que têm contato com a terra, que já possuem esse conhecimento de produção agrícola”, explicou o prefeito.

Como surgiu o projeto

Giovanni Dias explicou ao Jornal Opção como surgiu a lavoura comunitária. ‘Nós já viemos da lavoura e do campo. Há algum tempo, participamos de lavouras, não diretamente, mas indiretamente, e percebemos que as pessoas gostam muito”. Pensando nisso, quando foi eleito, procurou dar continuação dessa lavoura que havia sido encerrada há muitos anos. “Pegamos firme e hoje, graças a Deus, temos um sucesso enorme com essa lavoura, acho que uma das maiores do estado de Goiás”, destacou o vereador.

Produção de arroz em Goiás

No 10º lugar no ranking nacional dos maiores produtores de arroz, Goiás está previsto para experimentar um aumento de 8,1% na área cultivada do grão na safra 2023/2024, atingindo 88,2 mil toneladas no ciclo atual, de acordo com dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás (Seapa). Em relação à área cultivada, espera-se que a rizicultura goiana alcance 16 mil hectares nesta safra, representando um crescimento de 9,6%.

Por outro lado, o impacto do El Niño deve ser mais evidente na produtividade. A estimativa oficial indica que o rendimento médio por hectare deverá diminuir para 5,5 toneladas (-1,4%). Para atingir essas metas, mesmo com a redução na produtividade, a AHL Agro, uma empresa que distribui insumos e produtos agrícolas em Goiás, realizará um Dia de Campo em Hidrolândia, região central do estado, em 18 de próximo mês. O evento visa conscientizar os produtores sobre novas variedades de sementes, rentabilidade do produto e o arroz como opção para rotação de culturas.

A cultura de arroz de terras altas está concentrada na região do Cerrado e, apesar de ocupar cerca de 64% da área cultivada, contribui apenas com 39% da produção nacional, devido à produtividade média mais baixa de 1,8 t/ha. O sistema irrigado, com inundação controlada, ocupa aproximadamente 34% da área cultivada com arroz e é responsável por cerca de 60% da produção nacional.