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Presidente Ormando Pires Júnior afirmou que não tinha conhecimento da existência do espaço e que a companhia vai apurar responsáveis pelo caso

Constatação partiu de análise no projeto de reforma administrativa da prefeitura
Descarte irregular de chorume está sendo apurado | Foto: Assessoria/Vereadora Dra. Cristina Lopes

A quarta lagoa de decantação de chorume do Aterro Sanitário de Goiânia não está apta para fazer o devido tratamento do líquido proveniente do lixo doméstico da capital. A informação foi confirmada pelo presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Ormando José Pires Júnior, em entrevista nesta sexta-feira (17/7), na sede da empresa municipal.

O espaço existe há sete meses e foi construído em desconformidade com o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Hospitalares do aterro. O documento é de responsabilidade da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), que deveria ter sido entregue no ano passado, mas teve prazo prorrogado por mais seis meses. Por isso, não possui manta vulcânica de alta intensidade, que impermeabiliza o solo e o lençol freático. A conclusão da obra e a instalação do equipamento de proteção estão orçados em R$ 20 milhões.

O dirigente ainda trata as denúncias apresentadas na Câmara Municipal e as imagens divulgadas na imprensa apenas como vestígios. “Se não está apta a receber, ela não está autorizada por ninguém para receber o material”, disse, completando que vai determinar a inutilização da lagoa ainda hoje.

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Atualmente, o aterro possui três espaços para tratamento do chorume e, segundo o presidente, a última lagoa faz parte do plano de expansão do aterro.

No dia 26 daquele mês o Jornal Opção Online noticiou requerimento da vereadora Dra. Cristina Lopes (PSDB) ao Centro Apoio Operacional do Meio Ambiente e Urbanismo do Ministério Público de Goiás (MPGO) pedindo cópias dos contratos firmados entre a Prefeitura de Goiânia e a ITA, empresa terceirizada responsável por transportar o material. O mesmo encaminhamento foi feito à Comurg.

A vereadora esteve no local na quinta-feira (16) e reforçou as irregularidades. “Existe um volume grande de descarte de chorume no período noturno e como não há espaço o suficiente, o material é descartado na nascente do Córrego Caveirinha”, pontuou. Ela relatou ainda que não há vazão o suficiente para que o chorume advindo do morro formado pelo lixo seja destinado corretamente.

Hoje, o chorume é tratado em duas fases no aterro e, depois, encaminhado por 20 caminhões-pipa para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que tem convênio com a Comurg.