Justiça suspende venda de 18 áreas públicas em Goiânia
05 junho 2014 às 11h28
COMPARTILHAR
Liminar foi expedida no final da tarde ontem. Com as alienações, Paço Municipal pretende arrecadar cerca de R$ 250 milhões para tentar resolver crise financeira
A Justiça expediu uma liminar suspendendo a autorização concedida pela Câmara de Vereadores de Goiânia ao Paço Municipal para a venda de 18 áreas públicas da capital. A decisão é do juiz Fabiano Abel de Aragão Fernandes, da 1ª Vara de Fazenda Pública Municipal e de Registros Públicos. Ela vem após 23 dias da aprovação do projeto na Casa em segunda e última votação, pelo placar de 19 votos a favor a 11 contra.
A informação foi divulgada pelo vereador Elias Vaz (PSB) durante a sessão de hoje. Ao Jornal Opção Online, ele disse que o documento foi protocolado no final da tarde de quarta-feira (4/6).
[relacionadas artigos=”3727,4405″]
Na liminar, o juiz questiona se atualmente a cidade conta com quantitativo de postos de saúde, delegacias e escolas públicas suficientes para atender todos os bairros. “Resposta óbvia: não. O município, ao alienar áreas originalmente destinadas para esses fins, irá contribuir para diminuir essa carência a médio e longo prazo? Resposta óbvia: não. Aliás, ocorrerá o contrário. Em um futuro próximo, para atender a necessidade dos bairros afetados pela Lei Complementar nº259/2014, qual será a alternativa do poder público para solucionar essa problemática? A resposta me parece óbvia, igualmente”, argumenta o documento.
De acordo com o projeto, as áreas passarão a fazer parte dos Projetos Diferenciados de Urbanização (PDU 1), o que permitirá o seu adensamento por meio da verticalização dos imóveis. Boa parte delas está na região do Park Lozandes, próximas ao Paço Municipal. A permuta de aproximadamente 208.000 m² pode arrecadar cerca de R$ 250 milhões. Com a venda das áreas, a prefeitura pretende solucionar a crise financeira.
Inicialmente, a destinação desses locais era para a construção de Centro Municipal de Educação Infantil (CMEIs), postos de saúde e outros equipamentos públicos.
Tramitação
Antes da aprovação do texto, a presidente da Comissão de Habitação, Urbanismo e Adensamento Urbano, Tatiana Lemos (PCdoB), havia adiantado que o relatório da comissão que presidente dava parecer contrário ao projeto. Mesmo após o alerta, o documento foi reprovado pela maioria dos integrantes do colegiado.
O projeto foi aprovado em primeira votação na Câmara em fevereiro deste ano. O placar da votação foi de 22 votos favoráveis contra 11. A matéria chegou à Casa em 2011 e uma decisão judicial suspendeu o efeito dela em 2012. O MPGO obrigou a prefeitura a criar uma conta bancária específica para o recebimento do dinheiro das áreas.
A partir disso, o Paço Municipal reencaminhou o projeto em dezembro de 2013 e voltou a causar polêmica.