Justiça remarca julgamento do Caso Escobar para novembro
19 setembro 2024 às 17h31
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O Tribunal de Justiça de Goiás remarcou o julgamento do homicídio do empresário Fábio Escobar. A princípio, o julgamento estava marcado para começar nesta sexta-feira, 20, em Anápolis. Porém, a Justiça decidiu por adiar a sessão para o início de novembro.
Segundo a nova agenda do TJ, no dia 1º de novembro devem ser ouvidas testemunhas de acusação a partir das 13h30 na 1ª Vara Criminal de Anápolis. Após isso, uma nova sessão está marcada para o dia 8 de novembro, onde serão ouvidas eventuais testemunhas de acusação remanescentes e testemunhas de defesa de Glauko Olívio de Oliveira, Thiago Marcelino Machado e Erick Pereira da Silva.
Já no dia 22 de novembro, deverá ocorrer novas oitivas da defesa dos citados no dia anterior, caso tenha ficado algum ponto pendente de questionamento. As testemunhas arroladas pela defesa de Jorge Luiz Ramos Caiado e Carlos César Savastano de Toledo também serão ouvidas neste dia. O dia 29 de novembro está reservado para a realização de atos remanescentes.
Relembre o caso
Dois anos antes de ser executado, Fábio Escobar fez uma série de vídeos e publicações dizendo que estava assustado com as ameaças recebidas depois de fazer denúncias. As juras de morte, inclusive, vieram supostamente de pessoas ligadas à Polícia Militar (PM) goiana.
Tempos depois, em 23 de junho de 2021, o homem foi assassinado por disparos de arma de fogo. Segundo documentos, a vítima foi atraída para uma emboscada por indivíduos que, se passando por compradores de um imóvel, marcaram encontro utilizando um celular.
Após o homicídio de Fábio Escobar, se sucedeu uma série de mortes: Bruna Vitória Rabelo Tavares em 23 de agosto de 2021; Gabriel dos Santos Vital, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria horas depois do falecimento de Bruna; e Bruno Chendes, Daniel Douglas de Oliveira Alves e Edivaldo Alves da Luis Junio em 19 de janeiro de 2022.
Foi esse celular que, segundo os policiais, acabou gerando, indiretamente, a morte das outras pessoas. Os investigadores apuraram que, meses antes da morte de Fábio, o objeto estava em posse de Bruna Vitória Rabelo Tavares. A mulher é esposa de um suposto traficante, que teria conseguido o telefone como pagamento por uma venda de crack.
Os sete assassinatos em Anápolis e Terezópolis, supostamente planejados e executados por 10 policiais militares goianos, foram desencadeados após uma emboscada que custou a vida do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante (foto em destaque), morto na cidade anapolina em 2021. O objetivo dos militares presos na última terça-feira, 19, conforme documento do Ministério Público (MP), era exterminar provas que pudessem incriminá-los.
Bruna e Fábio estavam em um motel quando foram abordados e agredidos por policiais militares, que levaram o telefone. Posteriormente, o dono do aparelho reconheceu os PMs envolvidos.
Eles registraram um boletim de ocorrência na central de flagrantes de Anápolis após o roubo. Meses depois, Bruna, que estava grávida de 7 meses, foi vítima de homicídio, com tiros disparados por dois homens em uma motocicleta.
No mesmo dia do assassinato da jovem, procurando justificar a execução, um grupo de policiais militares se envolveu em suposto confronto com disparos de arma de fogo, ocasionando a morte de Gabriel Santos Vital, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria. O trio, que era amigo de Bruna e Fábio, foi apontado como suspeito de ter matado a mulher.
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