Um Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional permitirá, caso seja aprovado, que juízes decretem, de ofício, prisão preventiva em casos de crimes praticados com violência doméstica e família contra mulheres.

A proposta foi uma iniciativa da juíza goiana Patrícia Carrijo em diálogo com parlamentares. O autor da proposta é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o texto foi aprovado no Plenário da Câmara dos Deputados.

A prisão de ofício se dá quando o pedido não é feito pelas partes, como Ministério Público, reclamante, assistente de acusação ou delegado da polícia.

Presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) e vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a juíza Patrícia Carrijo incentivou a criação do projeto, a partir de diálogo com parlamentares.

“No exercício diário da Justiça percebemos que a demora na prisão do agressor pode expor a vítima a novos episódios de violência. Explanei essa preocupação e conseguimos que a proposta fosse apresentada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e relatada pela deputada Soraya Santos (PL-RJ)”, explica Patrícia Carrijo.

A necessidade de criação do PL, conforme ressalta a juíza, se dá em virtude da chamada Lei do Abuso de Autoridade (13.964/19), que retirou do juiz a permissão para decretar medidas cautelares, como a prisão preventiva, de ofício no caso geral. “Porém, faz-se urgente ações mais efetivas em proteção às mulheres vítimas de violência”, observa.

“Dessa forma, o juiz poderá voltar a decretar a prisão preventiva em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal ou, após receber o auto, converter prisão em flagrante para preventiva. A vítima será resguardada de forma mais eficaz”, enfatiza.

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