Juiz decreta internação por até 45 dias de menor que matou vizinha de 14 anos
24 agosto 2017 às 19h52

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Nos próximos dias, deve ser feita audiência para apresentação do menor em juízo. Após defesa, serão ouvidas testemunhas e, então, a sentença deve ser proferida
O juiz substituto Lionardo José de Oliveira decretou nesta quinta-feira (24/8) a internação provisória, por até 45 dias, do garoto de 13 anos que matou a vizinha na última quarta-feira (23), no Jardim América, em Goiânia. Nos próximos dias, deve ser feita audiência para apresentação do menor em juízo.
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Depois, será aberto espaço para defesa prévia e, por fim, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa. Somente depois, o juiz estará preparado para proferir sentença, conforme dispõe o Código Penal.
Em entrevista ao Jornal Opção, o promotor da Infância e da Juventude da capital, Frederico Santos disse que o adolescente não pode ser enquadrado nas categorias de psicopata ou sociopata.
Segundo aponta, a psicopatia é um diagnóstico proscrito dentro da psicologia ou da psiquiatria em casos que envolvem menores de idade. “Nenhum médico pode tratar dessa forma”, explica.
Entenda o caso
O crime ocorreu na tarde da última quarta-feira, no prédio onde moravam o jovem e a vítima, Tamires de Paula. Eles também estudavam juntos e estavam indo para lá quando ela foi morta. A garota encontrou o rapaz no elevador e, quando ele parou no quinto andar, foi arrastada pelo adolescente para a escada de incêndio.
Em depoimento ao delegado, o menino disse que sua intenção era matá-la com um golpe na cabeça, mas, como ela resistiu, resolveu esfaqueá-la. Logo após o homicídio, ele foi até a escola onde eles estudavam, procurou um coordenador e relatou o que havia ocorrido. Uma equipe do colégio acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi ao prédio com o rapaz, onde eles encontraram a garota, já morta, ainda na escadaria.
Além de confessar o crime ao delegado, ele ainda disse que tinha intenção de matar outras duas meninas da escola. O caso é de infracional análogo ao crime de homicídio e as vítimas, destaca, foram escolhidas porque, por serem mulheres, são mais vulneráveis. “Ele foi ouvido ontem, hoje de manhã também, mas na hora de passar pro papel, o advogado orientou que ele permanecesse em silêncio”, pontou Luiz.