Ex-ministro do STF afirma que ainda não foi convencido a disputar a Presidência da República: “A verdade é que eu resisto”

Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF e relator do mensalão | Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), já foi procurado por lideranças de partidos como Rede, PSB e até o PT para ser candidato à Presidência da República no ano que vem. Nesta semana, emissários da Rede estiveram com ele, na tentativa de convencê-lo a disputar o pleito.

Barbosa, que se diz relutante ao projeto de uma candidatura, se reuniu com artistas como Marisa Monte, Lázaro Ramos, Fernanda Torres, Fernanda Lima, Caetano Veloso e Thiago Lacerda, que o convidaram para um encontro e tentaram convencê-lo a mudar de ideia, informa Mônica Bergamo, em sua coluna Painel, da “Folha de S.Paulo”, nesta quinta-feira (22/6).

O ex-ministro afirmou que o maior obstáculo à ideia é ele mesmo. Barbosa disse que preza “muito a liberdade”, e que, desde que saiu do STF, há três anos, goza dessa liberdade na sua plenitude, com independência total para fazer e falar o que bem entende. “Isso não tem preço.”

Segundo a colunista, entre as ponderações que Barbosa fez aos artistas está o fato de que não tem recursos próprios ou um financiador para fazer uma campanha.

E em determinado momento, o ex-ministro tocou na questão racial e  questionou: “Será que o Brasil está preparado para ter um presidente negro?”

Bergamo anota que duas estrelas da Rede, partido de Marina Silva, foram à reunião em que se discutiu eventual candidatura de Joaquim Barbosa: o senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, e o deputado Alessandro Molon, do Rio.

Joaquim Barbosa ganhou notoriedade no julgamento do mensalão, que condenou por corrupção dezenas de empresários e políticos, como os petistas José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino, entre outros.

Diante da crise moral e ética da política brasileira, uma figura como o ex-ministro, que encarnou a luta contra a corrupção e, além disso, nunca foi político, é vista como uma opção certeira para os eleitores, cansados de malandros que usam os cargos para se beneficiarem.