João Campos vê com bons olhos aproximação de Bolsonaro com centrão
09 maio 2020 às 10h05
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“Isso deveria ter acontecido antes (…) em todas as democracias do mundo, o governo tem uma base de sustentação politica no Parlamento”, argumentou o federal
O deputado federal João Campos (Republicanos) conversou com o Jornal Opção a respeito da aproximação do presidente da República, Jair Bolsonaro, do Centrão do Congresso Nacional. O parlamentar disse encarar as articulações encabeçadas pelo presidente e outras lideranças de seu grupo como algo “positivo”.
“Isso deveria ter acontecido antes”, disse o parlamentar que completou em seguida: “Em todas as democracias do mundo, o governo tem uma base de sustentação politica no Parlamento. Bolsonaro ainda não tinha tomado essa iniciativa. Porém, faz agora, e muito bem”, avaliou.
Para o parlamentar, a abertura de espaço para o centrão no governo não representa um “toma lá da cá” — comportamentos fortemente criticados por Bolsonaro no passado. “O ‘toma lá da cá’ é quando alguém busca um partido para lhe sustentar e cede espaço para que esse partido tenha autonomia absoluta podendo, inclusive, fazer negócios”.
E disparou: “Agora, quando você convida partidos políticos para ajudar a governar, você abre espaços políticos para que esses partidos façam indicações técnicas, ou seja, de pessoas conhecedoras, com fichas limpas e capacidade para contribuir. Neste caso vejo como absolutamente correto e é isso que ele [Bolsonaro] está fazendo”.
Cargos
O presidente Jair Bolsonaro deixará sob controle de indicados pelo Centrão um orçamento de cerca de R$ 76,5 bilhões. Esses recursos estão previstos para 2020 nos órgãos sobre os quais os líderes do bloco demonstraram interesse. Nesta semana, indicados de deputados do Progressistas e do Republicanos já assumiram o comando do Departamento Nacional de Obras Contra Secas (Dnocs) e da Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Ainda são esperadas nomeações em órgãos estratégicos, como no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit).