Jayme Rincon lança desafio a Iris e Caiado após críticas em inauguração do comitê irista
16 julho 2014 às 12h08
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Tucano não deixou uma crítica oposicionista sem resposta. “Exploração do povo” e “deixou uma bomba para Paulo Garcia”, foram algumas das falas sobre o peemedebista; e “bravateiro, ‘discurseiro’, deputado do ‘oba-oba´”, foram adjetivos usados em relação ao democrata
Homem forte da gestão marconista, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincon, lançou um desafio ao candidato ao governo pelo PMDB, Iris Rezende, e ao candidato ao Senado pela mesma chapa do peemedebista, Ronaldo Caiado (DEM), após ambos, na inauguração do comitê irista na tarde da última terça-feira (15/7), não pouparem críticas, e até acusações, à atual gestão do Estado. Em entrevista ao Jornal Opção Online na manhã desta quarta-feira (15), o tucano voltou a deixar claro o cumprimento da promessa feita ainda no período pré-eleitoral: nenhum ataque ficará sem resposta –– o que demonstra o tom eleitoral a ser mantido a partir dos primeiros atos oficiais de campanha.
“Primeiro, Iris tinha de indicar quantos hospitais ele ergueu no Estado e quantos programas sociais ele instituiu em suas gestões”, iniciou, em resposta às críticas feitas pelo peemedebista de que somente no final do mandato de Marconi Perillo (PSDB) é que o Hugo 2 e um dos cinco Credqs (Centro de Referência e Excelência em Dependência Química) serão inaugurados. “Ele não construiu nenhum hospital, não criou nenhum programa, pelo contrário, acabou com as iniciativas do Nion Albernaz na Prefeitura de Goiânia, como o Trabalhando com as Mãos e Cidadão 2000”, emendou.
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Sobre o discurso do senadoriável Ronaldo Caiado, cujo partido, em parte, segue com a base aliada ao governo, e que ontem falou, em tom de denúncia, que o dinheiro a ser arrecadado pelo Detran com o novo emplacamento de todos os veículos do Estado será usado na campanha tucana em forma de caixa 2, Jayme Rincon diz: “Queria que o deputado me indicasse um único benefício concreto dele para Goiás em sua atuação na Câmara dos Deputados, não precisa ser dois não, só um serve. É um bravateiro, ‘discurseiro’, deputado do ‘oba-oba´”.
Segundo o presidente da Agetop, o único mérito que Caiado de fato possuía era sua coerência, perdida com a união ao PMDB de Iris Rezende, que vem sendo amplamente questionada até por partidários das legendas envolvidas, por remontar a incompatibilidades históricas que datam da década de 60 –– quando Iris foi cassado da Prefeitura de Goiânia pela ditadura-civil militar e depois um representante da família Caiado (Leonino), por eleições indiretas, conquistou o governo do Estado.
Críticas ao discurso irista
Embora comece a não vincular suas falas, necessariamente, ao passado –– como demonstrado na inauguração do comitê ontem e provavelmente já por trabalho de sua equipe de marketing –– Iris apostará no apoio do que chama de povo, que de fato marcou presença no evento, inclusive com bandeiraços. Sobre o episódio, Jayme Rincon sustenta que o peemedebista usa as camadas menos favorecidas da sociedade em benefício próprio, sem melhorar a condição de vida dessas pessoas. “Ele sempre explorou o pobre em benefício pessoal, construindo casas e escolas de placa”, critica.
Sobre o teor acusatório da oposição, sobretudo a de Iris Rezende, o tucano diz que será mais um equívoco político do peemedebista, tendo em vista que o eleitorado quer propostas, e não troca de artilharia. “Ele não tem condições morais de atacar nenhum governante de Goiás. Foi ele que recorreu na Justiça para não ter seus sigilos quebrados”, recorda, e questiona: “Queria ver provado uma causa defendida por ele enquanto advogado que justifique 1% de seu patrimônio. Por exemplo, declarar um avião que vale no mercado R$ 6 milhões como tendo custado R$ 1,5 milhão, queria saber como ele conseguiu isso.”
Comentando ainda o que chama de desatualização do líder peemedebista, Jayme Rincon lembra que criticar o endividamento do Estado é a maior prova de que Iris Rezende não está a par do que tem acontecido em Goiás. “Por falta de propostas, começam a falar coisas absurdas. O Tesouro Nacional divulgou que Goiás foi o segundo Estado que mais conseguiu reduzir drasticamente sua dívida, são dados concretos.” Para arrematar sua análise o tucano disse: “Iris é do tempo do Dergo [Departamento de Estradas de Rodagem de Goiás], a gente não vai conseguir trazer ele para o tempo da Agetop.”
A idade não é o problema
Em contraponto ao que antes era bastante criticado por governistas, Jayme Rincon declarou que Iris não é velho em idade, mas “em ideias”. Ele recorreu ao caso do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso para exemplificar, dizendo que apesar de FHC ser um ano mais velho que Iris, o ex-presidente “tem ideias inovadoras.” Jayme Rincon diz que a forma de fazer política do peemedebista é “utópica” e que até “os próprios companheiros dele do PMDB” criticam a importância que se dá, por exemplo, aos mutirões.
De acordo com o tucano, a juventude não conhece Iris Rezende. “Quando ele começar a falar sobre propostas o jovem vai ver o quão ultrapassado ele é.” O tucano diz que com uma campanha “modesta, sem ostentação, sem criar tumulto na cidade –– em relação à localização do comitê irista, em plena Avenida 85, com carros ocupando a calçada ––”, será mostrado ao eleitor jovem que com planejamento se está fazendo um Estado “para eles amanhã.”
Caos na prefeitura de Goiânia
Para o presidente da Agetop, outro aspecto a ser explorado em contra-ataque às falas duras de Iris à gestão tucana sãos os problemas de cunho financeiro enfrentados atualmente pelo Paço municipal. Segundo o tucano, os imbróglios não são responsabilidade somente do petista Paulo Garcia, que assumiu pela primeira vez a gestão da cidade com a tentativa de ajudar Iris em seu projeto de se eleger governador em 2010. “Iris deve explicação da bomba que deixou explodir no colo do Paulo Garcia, que não pode falar isso porque é uma cria dele [Iris Rezende]”.