Em entrevista ao Clube dos Repórteres Políticos, presidente da Agetop falou sobre temas diversos, como a gestão da prefeitura da capital e a Fórmula Indy. Críticas ao prefeito Paulo Garcia foram leves

Presidente da Agetop (à direita) concede entrevista a repórteres políticos | Foto: Y Maeda/ Assembleia Legislativa
Presidente da Agetop (à direita) concede entrevista a repórteres políticos | Foto: Y Maeda/ Assembleia Legislativa

O presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón (PSDB), acredita que será preciso comparar as gestões PT-PMDB da Prefeitura de Goiânia às administrações tucanas cumpridas tanto no município quanto no estado. A sugestão veio em entrevista ao Clube dos Repórteres Políticos de Goiás nesta terça-feira (3/2), em auditório da Assembleia Legislativa.

Segundo ele, isso é preciso para que os interesses da população goianiense não sejam sobrepostos por rusgas políticas expostas na aliança entre petistas e peemedebistas para o próximo pleito. “Vamos pegar todos os indicadores sobre como era Goiás antes e depois de Marconi Perillo [governador pelo PSDB]”, relativizou.

A proposta seria a mesma para a prefeitura, mostrando aos eleitores como Goiânia ficou após a saída do ex-prefeito tucano Nion Albernaz e a que o sucessor de Paulo Garcia (PT) irá receber em 2017. “O nosso estilo é esse. Goste-se ou não do governador, goste-se ou não do seu jeito de administrar. É o que temos a mostrar”, enfatizou, ao responder questionamento do Jornal Opção Online.

Disputa em 2016

Outro tema abordado na coletiva foi a possibilidade do partido de Jayme Rincón lançar candidato próprio à Prefeitura de Goiânia em 2016. O presidente sustenta que a legenda tem bons nomes para a disputa. O dirigente lembrou que a candidatura tucana é legítima, pois a sigla já fez concessões à base aliada em eleições anteriores.

“Chegou o momento do PSDB se firmar novamente em Goiânia, apresentar nome competitivo e encabeçar a chapa da coligação de partidos que apoiam o governador Marconi Perillo”, disse. Os deputados federais Fábio Sousa, Giuseppe Vecci, João Campos e Waldir Soares foram lembrados pelo presidente, que não se colocou na roda de pré-candidatos.

“O PSDB terá em 2016 candidato para disputar e vencer as eleições, independente de quem saia pela situação”, previu. Ele discordou que sua postulação à prefeitura seja um processo natural. As especulações surgem, provavelmente, pela sua forma de expressar, conforme sugeriu. “Não fujo de pergunta alguma.”

Ele falou ainda que o tucanato não terá dificuldade alguma em receber indicação da base para a vice-prefeitura.

Iris Rezende

Sobre a possibilidade de enfrentar o ex-governador Iris Rezende em 2016 — nome mais cotado pelo PMDB para disputar o Paço Municipal –, o tucano indica que seria surpresa, pois o líder havia deixado claro que não seria mais concorrente a nenhum cargo. “É candidato de uma nota só.”

Com perfil de gestor que supera o de político, Jayme Rincón foi questionado sobre o que poderia trazer de diferente na imagem de “tocador de obras” característica do peemedebista caso fosse eleito à prefeitura. “Uma grande diferença: nós fazemos obras de qualidade, economizando R$ 500 milhões com a média de 16% de desconto nas licitações .”

Na opinião dele, o imediatismo é a principal estereótipo das gestões de Iris Rezende, pois “faz as obras pensando no dividendo político”. Aos jornalistas, o presidente da Agetop afirmou que o PSDB levará vantagem se houver comparações às obras feitas por gestores do PT e PMDB.

Prefeitura da capital

Um dos assuntos mais destacados na entrevista aos repórteres políticos foi a gestão do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. Porém, Jayme Rincón foi leve ao avaliar o petista. Disse que a capital chegou a situação após uma série de más gestões.

“A cidade vive hoje talvez o seu pior momento. Nunca esteve tão mal cuidada e tão abandonada como agora. Mas não podemos atribuir isso exclusivamente ao atual prefeito. Está assim por conta de um grupo que está aí há mais de 12 anos”, apontou. O presidente repetiu por mais de três vezes que a responsabilidade não recai apenas sobre Paulo Garcia.

Contudo, Jayme Rincón pesou a mão ao analisar a relação do prefeito com a oposição. “Ele acha que é conspiração, tentativa de inviabilização ou desestabilização da sua gestão”, comentou, se referindo à eleição da mesa diretora da Câmara dos Vereadores e à derrota ao projeto de reajuste de IPTU/ITU.

Segundo ele, Paulo Garcia deveria ter feito o dever de casa, com a reforma administrativa. “Que enxugue a máquina, que é inchada e ineficiente, para, depois, ver o que sobra”, sugeriu. O que considera impossível é o fato de o Poder Executivo municipal querer aumentar um tributo para o custeio de ações que não fossem destinadas à infraestrutura da capital.

Aditivos na Agetop

Jayme Rincón também deu resposta às críticas do deputado José Nelto (PMDB). No domingo (1º) o oposicionista disse que pediria à Assembleia Legislativa que investigasse a quantidade de aditivos em contratos da Agetop.

“Se ele realmente preocupasse com algum tipo de gestão, moralidade ou trato com a coisa pública, ele deveria procurar quem contrata sem licitação, quem faz aditivos intermináveis de aumento de preço e acréscimos de serviços. E com certeza não é a Agetop que está fazendo isso”, cutucou.

O presidente brincou, dizendo que José Nelto “cairá do cavalo” e entregará um “selo de qualidade” para o governo estadual quando a Casa investigar contratos da gestão municipal e federal. “A lei me permite aditivar em 25%. Hoje, temos 5,65% de aditivos. No governo anterior, todas as obras rodoviárias concentravam 25% desses contratos.”

Formula Indy

Nenhum pedido formal foi encaminhado ao governo do Estado para solicitar a realização da Fórmula Indy no Autódromo Internacional de Goiana. Segundo Rincón, um técnico visitou o local nesta semana e fotografou tudo.

“Palavras dele: não imaginava que no interior do Brasil houvesse um autódromo com a qualidade como o de Goiânia”, disse. O visitante embarcou para os Estados Unidos no dia seguinte após a visita. O governo de Goiás não tomou iniciativa de procurá-lo, conforme Jayme.

A corrida está agendada para março e corre-se o risco de não ser realizada no Brasil. Os contêineres com equipamentos já foram despachados para o País. “Eles estão com um baita problema. Não temos muita coisa a fazer, a não ser colocar o autódromo a disposição e oferecer estrutura logística para que a prova venha pra cá.”

Incialmente, a organização do evento questionava o tamanho dos boxes dos carros, considerados pequenos.