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Durante cerimônia, presidente da Câmara e Procurador-geral da República sentaram lado a lado mas não se falaram 

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ignorou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao cumprimentar as autoridades presentes à sessão de abertura dos trabalhos de 2016 do Supremo Tribunal Federal (STF) | Foto: José Cruz / Agência Brasil
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante sessão de abertura dos trabalhos do STF | Foto: José Cruz / Agência Brasil

Em discurso na última segunda-feira (1/2), durante a sessão que marcou a abetura do ano judiciário de 2016 no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ignorou a presença do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao cumprimentar as autoridades presentes.

Janot citou o nome de todos que estavam na bancada, inclusive do também investigado pela Lava Jato, presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), mas não cumprimentou Cunha.
Um dos assessores do deputado tentou troca-lo de lugar antes do início da sessão , para que não ficasse ao lado de Janot, mas não pôde fazê-lo, segundo as regras do Tribunal. O mal estar foi visível e muito comentado pelos presentes na sessão.

O procurador fez um duro discurso em favor da Operação Lava Jato, afirmando que o Ministério Público (MP) não compactua com autoritarismo. “A autonomia e imparcialidade da Justiça e do ministério público opõem-se a qualquer tipo de autoritarismo de caráter político, ideológico ou econômico. O nosso compromisso é com o Estado democrático de direto”.

Eduardo Cunha é alvo de dois inquéritos e foi denunciado por suposto recebimento de propina de US$5 milhões em contratos da Petrobras. A Procuradoria-Geral da República enviou em dezembro ao STF um pedido para que o deputado fosse afastado do cargo.

Na saída do STF, na noite da última segunda-feira, o peemedebista não quis se pronunciar sobre a atitude de Janot. Eduardo Cunha afirmou aos jornalistas: “estava lá apenas para cumprir meu papel. Eu não vou interpretar palavras do discurso de quem quer que seja. (Com informações jornal F. de São Paulo)