O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciará nesta quarta-feira, 27, a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. O comunicado será feito durante um pronunciamento em rede nacional, no qual Haddad também explicará um pacote de cortes de gastos.

A medida, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), busca aliviar o impacto de restrições previstas no orçamento, como o controle sobre o reajuste do salário mínimo. A notícia gerou reações imediatas no mercado financeiro, com o dólar atingindo R$ 5,90 em sua cotação máxima na terça-feira.

Técnicos da Fazenda alertam que a redução de receitas provocada pela medida pode neutralizar parte do impacto esperado dos cortes de despesas. Atualmente, a isenção do IR está limitada a quem ganha até R$ 2.259,20 mensais.

A nova proposta, além de isentar quem ganha até R$ 5 mil, deve incluir uma “rampa” para evitar prejuízo a trabalhadores que recebem valores próximos desse limite. Essa reformulação busca minimizar a perda de arrecadação, estimada em cerca de R$ 35 bilhões, enquanto moderniza o sistema de cobrança.

Embora o objetivo do governo seja reduzir despesas, o anúncio da isenção reflete o compromisso de preservar o poder de compra da população. Estudos conduzidos por Haddad, apresentados ao presidente Lula, analisam os impactos fiscais e econômicos dessa mudança.

A proposta de Orçamento enviada ao Congresso em agosto não contemplava a ampliação da isenção. O modelo atual do IR é progressivo, com alíquotas que variam de 7,5% a 27,5%, dependendo da faixa de renda.

Alterar a faixa de isenção exige ajustes em todo o sistema tributário, o que torna a implementação desafiadora. A ampliação da isenção é vista como uma iniciativa de grande alcance popular e tem potencial para reduzir o desgaste político gerado pelo pacote de ajustes fiscais.

A expectativa agora gira em torno de como a medida será recebida pela população e pelo Congresso, diante dos desafios orçamentários de 2025.

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