Iris chama BRT Norte-Sul de “trambolho de concreto” e quer alterar projeto
20 fevereiro 2017 às 11h40
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Prefeito de Goiânia disse que uma das principais obras de mobilidade da capital vai “violentar” Avenida Goiás
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), avisou aos vereadores que pretende alterar o projeto do BRT Norte-Sul — uma das principais obras e o maior investimento em mobilidade da história da capital, iniciada na gestão passada.
Segundo o decano peemedebista, não é preciso que haja integração entre Aparecida de Goiânia e a Região Norte da capital, pois o fluxo de ambas seria o mesmo: o Centro.
“Vamos violentar a Avenida Goiás se não se justifica tanto? […] Por que violentar a Praça Cívica com esse trambolho de concreto? Para que? Estragar o canteiro do Centro? Na minha opinião pessoal, teríamos que fazer dois BRTs: um da região Norte até a rodoviária e o outro nos ligando Aparecida”, disse ele durante a prestação de contas na Câmara.
Apesar do posicionamento controverso, Iris disse que ainda não há nada definido, que está em discussão junto ao setor produtivo e quer participação dos vereadores. “Temos que preservar o Centro… As futuras gerações não vão nos perdoar por isso”, arrematou.
A obra
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Patrocinada pelo governo federal, a obra do BRT é um dos principais projetos da gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT). O corredor exclusivo de transporte coletivo terá 21,8 quilômetros de extensão, do Terminal Cruzeiro do Sul, em Aparecida de Goiânia, até o Terminal Recanto do Bosque, na Região Noroeste de Goiânia. Serão 148 bairros atendidos, com expectativa de 120 mil usuários por dia.
Segundo o projeto, não somente vai mudar o transporte coletivo de Goiânia, mas também influenciará no aspecto urbanístico da cidade. As calçadas, por exemplo, serão refeitas, padronizadas com acessibilidade total dentro de critérios ambientais. A obra vai impactar na organização do trânsito e proporcionará mais segurança viária, já que todo o trecho receberá nova iluminação, sensores e câmeras de monitoramento com funcionamento 24 horas.
Orçado em R$ 242,4 milhões, este é o maior investimento em mobilidade urbana da história de Goiânia e deverá corrigir o desequilíbrio existente no sistema de transporte da capital, já que a maioria dos corredores da cidade é no sentido Leste-Oeste. O projeto prevê um corredor exclusivo e vai demandar a construção de três novos terminais (Correios, Rodoviária e Perimetral), além da reconstrução dos terminais Isidória e Recanto do Bosque, mais a adaptação do terminal Cruzeiro. Ao todo, serão 39 estações de embarque e desembarque com atendimento em 148 bairros de Goiânia e Aparecida de Goiânia.
A frota completamente nova será composta por 82 veículos, dos quais 30 serão articulados e outros 52 convencionais, capazes de transportar até 12 mil passageiros por hora em horário de pico. O Centro de Controle e Monitoramento será responsável pelo domínio dos horários das viagens nos terminais, supervisão da operação das linhas, entre outras atividades de inspeção operacional. Haverá, ainda, o serviço de informação eletrônica aos passageiros, segundo o projeto original.
A obra do BRT Norte-Sul estava prevista para ser entregue em março deste ano, mas foi postergada para o final de 2017 e, como não há orçamento, segue sem prazo para conclusão.