Prisão contrariou parecer do Ministério Público, que alegou falta de provas

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A prisão de sete investigados pela morte de duas crianças em um suposto ritual satânico em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, foi baseada em depoimento de uma única testemunha que teria visto o acontecimento. A informação é do jornal GaúchaZH, que teve acesso ao inquérito policial com mais de 300 páginas.

Além disso, o inquérito conta com o depoimento do suposto bruxo Sílvio Rodrigues, que nega a realização de sacrifícios e muito menos admite ter negociado com os empresários Jair da Silva, 47 anos, e Paulo Ademir Norbert da Silva, 48 anos, que teriam solicitado o ritual em busca de prosperidade nos negócios.

De acordo com a publicação, os documentos descrevem as situações, sem que se aponte o caminho até elas. O Ministério Público, inclusive, alegou falta de provas e disse não haver indícios para a prisão dos investigados.

Na descrição dos documentos é dito que o empresário Jair da Silva passava por dificuldades financeiras e, por isso, foi apresentado ao “bruxo”. Acontece que, em nenhum momento, há provas deste contato e nem do pagamento de R$ 25 mil que teria sido cobrado.

O homem que é considerado testemunha-chave pela polícia disse que foi chamado para um trabalho no templo de Lúcifer, em Gravataí e um dia ficou sabendo que ali eram feitos rituais.

Segundo a testemunha, inclusive, os sete investigados foram vistos em um semicírculo com duas crianças descalças no meio da roda.

Para o advogado Marco Mejía, um dos três defensores do “bruxo”, as alegações da participação dele na morte das crianças são infundadas e chegou a alegar que, devido à inclinação evangélica do delegado Fermino e as declarações dadas pelo policial, há uma discriminação religiosa.