Em reportagem, a empresa Sama, localizada em Minaçu, disse que não iria comentar

Antônio de Carvalho, ex-funcionário da Sama com seus exames médicos / Foto: André Coelho / Intercept

Uma publicação do Jornal Intercept nesta segunda-feira, 6, expôs a situação de ex-trabalhadores da empresa Sama, braço do Grupo Eternit, que atuava na exploração de amianto em Minaçu, até fevereiro de 2019.

Antônio José Severino de Carvalho e Osvaldino José de Oliveira são dois dos ex-funcionários que falaram ao veículo sobre as consequências que sofrem por terem trabalhado mais de uma década na empresa, que contratava médicos para ocultar diagnósticos. O primeiro, detectado com asbestose, o segundo com doença pulmonar obstrutiva crônica. Ambos demitidos após verem sua saúde deteriorada.

De acordo com a publicação, médicos eram pagos pela Sama para ocultar doenças causadas pelo amianto nos trabalhadores da empresa. “Afinal, melhor do que ter que negar que a sua operação causa asbestose e câncer é nunca ter nenhum trabalhador diagnosticado com essas doenças. E a Sama se esforçou para isso”, diz trecho da reportagem.

Fim da exploração

Após algumas publicações contra o amianto: uma realizada pelo Jornal O Globo, em 2015, e também o Dossiê Amianto Brasil, que levou os parlamentares brasileiros a finalmente discutirem a proibição no Congresso, o Supremo Tribunal Federal determinou o fim da exploração desta fibra mineral em 2017. Até hoje, a Sama ainda tenta recorrer da decisão.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2011 e 2017, 788 pessoas morreram no Brasil em decorrência da exploração do amianto. Entretanto, em suas declarações pública, a empresa negou que o minério cause danos à saúde, embora ele seja proibido em mais de 60 países.

Procurados pelo Intercept para responderem à matéria, a Sama disse que não iria comentar.