Presidente da Comissão de Educação, Aava Santiago acredita que as novas variantes mudaram o cenário da pandemia de quando o projeto foi escrito

Comissão de Educação | Foto: Câmara Municipal de Goiânia

Na tarde desta quarta-feira, 14, vereadores se reuniram em uma audiência pública virtual com professores, técnico-administrativos e pais sobre o projeto de lei nº 35/2021, de autoria do vereador Ronilson Reis (Podemos). A proposta prevê o retorno das aulas em instituições de ensino público e privado de modo presencial, conforme protocolos sanitários estabelecidos pela Prefeitura de Goiânia.

O projeto do vereador Ronilson tramita, atualmente, na Comissão de Educação. Segundo Aava, já foi encaminhado ao relator, o vereador Mauro Rubem (PT). “Convoquei uma extraordinária hoje (quinta-feira, 15) para discutir o projeto na comissão. O relatório ainda não chegou para a gente. Está no prazo regimental que se encerra amanhã. Então está dentro do prazo. Vamos discutir dentro da comissão as mudanças que precisam ser feitas no projeto, porque é impossível que ele seja aprovado da forma como está”, disse a vereadora Aava Santiago (PSDB).

Aava participou da audiência pública remota e falou ao Jornal Opção que o projeto de Ronilson inclui, não apenas o ensino infantil, mas também fundamental, médio e superior. “Todo mundo que a gente escutou está bastante preocupado, bastante temeroso”, afirmou a parlamentar, que é presidente da Comissão de Educação.

“O nosso maior encaminhamento é de que primeiro a gente precisa desmembrar as soluções para a educação pública das soluções para a educação privada. Segundo, que a gente precisa muito mais do que dizer que estamos seguindo os protocolos rígidos e por isso podemos voltar, porque a gente sabe que não é assim que funciona na prática”, pontuou.

Ela contou que uma mãe presente relatou que a filha de seis anos foi contaminada pela Covid-19 e teve de ser internada. A criança chegou a ser intubada no Hugol e ainda se recupera das sequelas causadas pela doença.

“Para se ter uma ideia, nós produzimos no início do ano um relatório que foi entregue ao Paço, ao secretário [de Educação, à época], marcamos para entregar esse relatório ao vereador Bessa, que agora é secretário, na semana que vem, em que nós dávamos um encaminhamento no sentido de uma volta gradativa, com a intensificação da vacina e com uma série de protocolos rígidos”, afirmou.

Nova preocupação

“Só que nós não tínhamos ainda as novas variantes circulando adoecendo crianças, pessoas sem comorbidades. No relatório que nós apresentamos, colocamos, por exemplo, a disponibilidade de servidores de grupos de risco, com comorbidades, continuarem de forma 100% remota sem perda salarial. Essa recomendação já não é mais válida, porque com as novas variantes, o grupo de risco é estar vivo”, acrescentou.

Para a parlamentar, com o número de pessoas jovens hospitalizadas e crianças em estado grave, é necessário reformular as orientações. “E aí é impossível que esses profissionais voltem, especialmente para a educação pública, embora a educação privada também precise de regras mais rígidas. Mas que voltem para a educação pública sem estarem efetivamente vacinados”, opinou.