Idosa e outras três pessoas são presas suspeitas de aplicar golpes contra o sistema previdenciário em três cidades goianas
14 agosto 2024 às 10h27
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Quatro pessoas foram presas em flagrante nesta terça-feira, 13, enquanto tentavam sacar benefícios previdenciários em uma agência bancária de Corumbá de Goiás. O grupo formado por dois homens, de 59 e 24 anos, além de uma mulher, de 23 anos, e uma idosa, de 76 anos, também é suspeito de praticar crimes em agências de Goiânia, Aparecida de Goiânia e em outros estados, como a Bahia.
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Segundo o delegado Tibério Martins, o grupo atuava usando documentos falsos, a fim de sacar benefícios e realizar empréstimos em nome de terceiros. Os homens atuavam dando auxílio às mulheres do lado de fora do banco, enquanto que a idosa e a jovem eram responsáveis por conseguir as quantias em dinheiro.
“O banco tem um sistema que alerta quando há suspeita de fraude. Os funcionários identificaram que o CPF usado para tentar sacar o dinheiro já havia sido usado em outra conta e, então, eles acionaram a Polícia Civil”, afirmou Tibério.
O delegado diz que foi necessário realizar a identificação criminal do grupo, visto que todos utilizavam documentos falsos. A partir da investigação foi identificado os possíveis crimes praticados em outros municípios goianos e no estado baiano.
“O modus operandi é sempre o mesmo. Eles tentam se passar por uma pessoa para tentar um crédito bancário ou o saque de um benefício. Os quatro foram autuados por uso de documento falso e associação criminosa, cujas penas podem chegar a 9 anos de reclusão. Eles foram encaminhados à unidade prisional de Anápolis, onde se encontram à disposição da Justiça”, concluiu.
Alerta de golpes
Devido a popularização de golpes praticados contra o sistema previdenciário, como o observado com o grupo, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) lançou um novo comunicado para beneficiários sobre os crimes que vêm sendo aplicados. Um dos delitos mais comuns, de acordo com o INSS, consiste em mensagens de SMS ou WhatsApp enviadas a idosos, informando que eles têm direito a benefícios, mesmo sem terem solicitado.
Os golpistas, então, marcam dia, hora e local para um encontro, onde apresentam um boleto de cobrança pelos “serviços” prestados. Ao Jornal Opção, o advogado previdenciário Henrique Dantas informou que esses golpes são frequentes.
“Muitas vezes idosos recebem ligações e e-mails fora dos canais oficiais do INSS e acabam compartilhando dados e até enviando dinheiro aos criminosos. O INSS nunca faz contato fora de canais oficiais”, explica.
Henrique explica que muitas vezes os criminosos conseguem os dados dos idosos através de vazamentos em massa. “O INSS tem sua base de dados em sigilo. Porém, muitas vezes essas informações são compartilhadas com bancos e instituições financeiras que em algumas ocasiões acabam sendo vítimas de vazamentos. Esses golpistas pegam esses dados na internet e começam a assediar esses jovens em busca de dinheiro”, explica.
O advogado relata que caso receba essas ligações a orientação é sempre desconfiar. “Se tiver alguma dúvida se alguma informação é verdade ou não, o beneficiário deve entrar em contato com o 135 ou acessar o site do INSS. Nunca se deve passar nenhuma informação por telefone, já que isso ajuda os golpistas”, diz.
“É muito difícil identificar essas quadrilhas pois elas atuam de forma muito descentralizadas e usam laranjas. Caso a pessoa seja vítima de algum desses golpes, ela deve buscar a Polícia Civil e fazer o boletim de ocorrência para que a polícia seja informada e possa começar a investigação e, em casos raros, você possa reaver seu dinheiro”, afirma.
Segundo Henrique, caso esse criminoso venha a ser identificado, ele responderá na esfera criminal pelo crime de estelionato. “Mesmo as polícias tendo certa dificuldade para identificar essas quadrilhas, é possível desmantelar. Existem operações da Polícia Civil de Goiás e da Polícia Federal contra esses grupos de estelionatários. Caso ocorra a prisão, eles serão indiciados por estelionato na esfera criminal”, conlui.