Ibama faz plano para proteger tartarugas no Rio Araguaia

O Programa Quelônios da Amazônia (PQA), executado há 44 anos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), trabalha para proteger áreas de desova das tartarugas-da-amazônia no Rio Araguaia, em Goiás. Os fiscais, anualmente, atuam na marcação, monitoramento, contabilização e proteção dos filhotes.

Neste ano, registram-se desovas em uma praia não utilizada pelas tartarugas há 9 anos. Já no ano de 2022, uma outra praia que recebeu inúmeras desovas permaneceu sem atividades desse tipo. A área monitorada abrange o trecho entre Registro do Araguaia, em Montes Claros de Goiás, e Luiz Alves, em São Miguel do Araguaia.

As tartarugas-da-amazônia desempenham um papel crucial no ecossistema, uma vez que servem como presas naturais para jacarés, peixes e aves. Além disso, são fundamentais para a “limpeza” dos rios, já que consomem quantidades consideráveis de matéria orgânica em decomposição. Atuando também como dispersoras de sementes, as tartarugas devem ser protegidas pelo Governo Estadual e Federal.

Um desafio no PQA é a navegabilidade durante a época de seca do rio Araguaia, devido a bancos de areia e troncos submersos, exigindo maior esforço e atenção dos envolvidos na condução das embarcações. O plano do Ibama acontece anualmente e é dividido em três etapas.

Etapas do Programa

A primeira se inicia no fim de agosto e consiste na captura de matrizes para marcação, pesagem e biometria dos indivíduos.

Na segunda etapa, que está ocorrendo desde o dia 09 de outubro e vai até o dia 24 desse mês, é feito o monitoramento da postura dos ovos, contabilização dos ninhos, além de atividades de fiscalização para a proteção das praias de desova, também conhecidas como tabuleiros.

A terceira e última etapa, que começará no final de novembro, compreende o cercamento das praias com o maior número de ninhos, para permitir a marcação e contabilização dos filhotes que nascerão.

Ações do PQA

Manejo in situ (MI)

Práticas voltadas para resguardar o processo natural de incubação dos ovos depositados pelas fêmeas dos quelônios, ou a transferência de ninhos para locais com características semelhantes às áreas naturais.

Manejo ex situ (ME)

Desenvolvimento de tecnologias de criação com objetivos comerciais ou de conservação das espécies.

Educação Ambiental Permanente (EAP)

Permeia todas as ações de trabalho PQA. Busca estabelecer mudanças de paradigmas ao comportamento humano nas relações com os recursos ambientais; principalmente os quelônios; por meio da sensibilização e reflexão sobre a importância da conservação, e uso sustentável e respeito aos bens da natureza.

Clubinho da Tartaruga (CT)

Integrado à E.A Permanente envolve crianças em atividades lúdicas e pedagógicas para discutir, refletir e procurar respostas para proteger a existência de todos os seres vivos do nosso planeta.

Tecnologia Sustentável (TC)

Integração de esforços voltados para utilização sustentável e conservação dos recursos faunísticos e florísticos agregando valor para geração de emprego e renda.

Além desses pontos, o Programa também trabalha com desenvolvimento de estudos básicos e aplicados voltados para consolidar projetos e programas de manejo e uso sustentável.

Tráfico

Apesar de não ser uma das rotas mais importantes para o tráfico da espécie, no Estado de Goiás, todos os anos ocorrem apreensões relacionadas ao comércio ilegal de tartarugas-da-Amazônia, seus ovos e subprodutos, assim como registros de carcaças e produtos oriundos da caça. Há possibilidade de comercialização de tartarugas-da-Amazônia, desde que sejam animais provenientes de criadouros oficiais licenciados pelo órgão ambiental competente.

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