Historicamente conhecida pelo chá, China vê consumo de café crescer no país
Júnior Kamenach
17 outubro 2024 às 09h44
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A China, conhecida historicamente como o país do chá, tem visto uma transformação no consumo de bebidas nos últimos anos, com o café ganhando destaque, especialmente entre os jovens.
O Brasil, maior produtor mundial de café, está se beneficiando dessa tendência, com as exportações para o mercado chinês crescendo expressivamente.
O consumo de café na China aumentou de 300 mil sacas anuais em 2009 para 6 milhões em 2023, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
“Para os chineses, o café é uma bebida muito nova. A cultura deles de café foi criada nesses últimos anos”, conta ao G1 o barista campeão mundial Boram Um, brasileiro que tem parceria com uma cafeteria chinesa.
Esse crescimento impactou diretamente o Brasil, que viu suas exportações de café para o país asiático subirem 275% em 2023, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Esse “boom” coincidiu com o fato de a China ter se tornado líder global no número de cafeterias de marca, ultrapassando os Estados Unidos, com quase 50 mil lojas.
A gigante chinesa Luckin Coffee tem se destacado nesse cenário, dobrando seu número de lojas em 2023 e criando um ambiente favorável para o café brasileiro.
A presença de Boram Um, barista brasileiro e embaixador da marca, reforça os laços comerciais entre os dois países. “Hoje, 50% de todo o café que a Luckin Coffee compra é só do Brasil. O resto é dividido com outros países”, diz o diretor-geral da Cecafé, Marcos Matos.
O café é consumido de maneira diferente na China, muitas vezes misturado com leite, água de coco, suco de limão ou até o tradicional licor chinês “moutai”, atraindo o público jovem.
Esse fenômeno impulsiona a demanda por novas experiências, consolidando o crescimento do mercado. Além das cafeterias, o uso de tecnologias inovadoras, como entregas por drones, também está moldando o futuro do consumo de café na China.
O Brasil, por sua vez, continua a expandir sua participação nesse mercado promissor, com previsões de aumento contínuo das exportações nos próximos anos.
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