Neste domingo, 5, o governo federal declarou estado de calamidade pública em 336 municípios do Rio Grande do Sul devido às intensas chuvas e enchentes que assolaram o estado. Essa medida permite a transferência facilitada de recursos federais para ajudar as áreas afetadas por desastres. Porto Alegre, a capital do estado, está entre as cidades beneficiadas.

Com essa declaração, os municípios podem solicitar recursos da União para uma série de ações emergenciais, incluindo desobstrução de vias, remoção de escombros, fornecimento de água potável e transporte coletivo. O presidente Lula, em sua segunda visita ao Rio Grande do Sul em uma semana, após sobrevoar as áreas afetadas, prometeu criar um plano de prevenção de desastres climáticos.

No domingo, 5, todos os prefeitos e prefeitas do Rio Grande do Sul (RS) foram convidados para uma reunião com o governo federal em Porto Alegre. Alguns dos participantes estiveram na reunião virtualmente, através de chamada de vídeo. No total, a estimativa é de que cerca de 330 municípios tenham participado da reunião com o Ministério de Relações Institucionais.

Secretário executivo da pasta, Olavo Noleto afirmou na TV Senado que o ministério contatou todos os prefeitos e prefeitas do estado. “Esse contato é importante para irmos além da frieza das forças de segurança. As forças de defesa civil e segurança tem uma objetividade muito clara, que é o pronto-socorro. Agora estamos preparando também as próximas etapas”.

Todos os prefeitos contactados, segundo Noleto, afirmaram que os planos estão sendo elaborados e devem ser entregues em breve. “Me atrevo a dizer que uma das coisas mais solicitadas pelos prefeitos, até agora, foi o trato da liberação de recursos, mas também da burocracia para a liberação. No caso de recursos para atender a situações de calamidade, já existe um rito próprio, facilitador para o município. Nesse diálogo com os municípios, nós conferimos se existem dificuldades em elaborar os planos de trabalho, exigidos pela defesa civil”, explicou.

Previsões meteorológicas

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), há mais de 100 alertas atualmente ativos no Rio Grande do Sul, que está no estágio de alerta “muito alto”. A previsão para a semana, segundo o Cemaden, é muito alta a possibilidade de ocorrência e permanência de inundações e alagamentos nas regiões Metropolitanas de Porto Alegre, Nordeste, Centro-Oriental e Centro-Ocidental Rio-Grandense, e também na região Sul de Santa Catarina.

Há também alertas de risco geológico muito alto, com movimentos de massa, para as regiões Metropolitana de Porto Alegre, Nordeste Rio Grandense e Sul Catarinense, e de risco alto para as regiões Serrana Catarinense, Centro Oriental, Centro Ocidental e Noroeste Rio Grandense.Segundo o Metsul, as chuvas ainda devem continuar até o início da próxima semana entre o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina.

As chuvas torrenciais são resultado do encontro de uma massa de ar muito frio, que derrubou temperaturas na Argentina e no Uruguai, com uma massa de ar quente e seco que ocupa boa parte do Brasil, mais ao norte.“O ar frio não vai conseguir vencer o duelo com o ar quente. A frente fria agora sobre o Rio Grande do Sul não romperá o bloqueio e passará à condição de semi-estacionária até sábado no Norte gaúcho e em parte de Santa Catarina, gerando muita chuva”, prevê o serviço meteorológico.