Segundo nota, não houve rebelião no 7º Batalhão da Polícia Militar que abriga menores infratores

Centro de Internação Provisória (CIP) | Foto: Nathan Sampaio/Jornal Opção

Depois do incidente que resultou na morte de nove internos em uma cela do Centro de Internação Provisória (CIP) no Sétimo Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Europa, nesta sexta-feira (25/5), o governo de Goiás negou a possibilidade de tentativa de rebelião e também garantiu que não há superlotação na unidade.

De acordo com a nota de posicionamento, o caso foi um ato isolado e causado pelos próprios internos sem a intenção de motim. A ocorrência, porém, ainda está sendo averiguada. Todas as forças policias estão envolvidas na apuração. Confira abaixo a nota do Executivo estadual na íntegra:

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O Governo de Goiás informa que não houve rebelião no centro de internação que abriga adolescentes infratores no 7º Batalhão da Polícia Militar. Trata-se de ato isolado, feito pelos próprios internos. A motivação do movimento está sendo apurada, uma vez que não houve o menor indício de que poderia haver o incidente. Todas as forças policias estão envolvidas na apuração.

Por volta das 11h30, foi colocado fogo em um colchão no corredor da unidade. Na parte interna da cela, os menores ergueram outro para impedir a entrada da fumaça, mas que acabou pegando fogo e causando as mortes.

Os próprios agentes socioeducativos realizaram o combate inicial ao fogo, utilizando os recursos da edificação, evitando que as chamas se propagassem. Corpo de Bombeiros foi acionado e atuou de forma imediata no combate ao incêndio. O local conta com extintores, hidrantes, e todos os equipamentos internos necessários.

Nove internos morreram no incêndio. Um ficou ferido e foi levado ao Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Outro também está hospitalizado, mas não há nenhuma relação com o incidente. Os demais 69 internos não ficaram feridos.

Todas as famílias que procuraram a unidade foram recebidas. Uma equipe composta por assistentes sociais e psicólogos atenderam aos parentes das vítimas. Toda a assistência necessária está sendo dada às famílias dos adolescentes.

Os corpos foram retirados após os procedimentos legais. A Superintendência de Política Técnico-Científica coletou materiais e elementos que vão subsidiar os laudos técnicos. A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) e Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), esteve no local para as providências iniciais. A conclusão dos trabalhos será apresentada oportunamente.

Vale ressaltar que não há superlotação na unidade. No alojamento onde estavam as dez vítimas, a capacidade é de 10 vagas. O Termo de Ajustamento e Conduta (TAC), firmado em 2012, está sendo cumprido. Houve atraso em algumas obras e há um esforço constante para dar mais celeridade aos processos e execuções.

O Governo de Goiás reforça, ainda, que segue com o planejamento de construir novas unidades no Estado, como o Case de Anápolis, que já está em funcionamento. Goiás, cabe ressaltar, é único estado brasileiro a construir unidades socioeducativas, mesmo com o cenário de crise econômica nacional. No total, serão 10 novas unidades.

Somente na capital, os investimentos são de R$ 4.351.753,14 em adequação, ampliação e reforma do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Goiânia e na construção de duas Casas de Semiliberdade, que terão a capacidade acrescida em 140 novas vagas.

Todas as unidades do Socioeducativo dispõem de contrato com empresa de reparos e manutenção de estruturas físicas. As novas unidades permitirão desativar duas unidades que funcionavam em pavilhões de batalhões da Polícia Militar.

Mais uma vez, o Governo de Goiás lamenta o ocorrido, externa sua total solidariedade e se coloca à disposição dos familiares dos adolescentes.

Governo do Estado de Goiás