Governo Federal agenda reunião com servidores em greve do Ibama e ICMBio
20 janeiro 2024 às 17h36
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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) agendou uma reunião de negociação com os servidores ambientais, atualmente em greve, para o dia 1º de fevereiro. Apesar dos esforços dos funcionários do Ibama e ICMBio para antecipar essa data, o governo ainda não deu uma resposta.
A paralisação nos órgãos ambientais teve início no começo de janeiro, liderada pelos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Logo depois, os funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) se uniram à greve. A principal reivindicação é por aprimoramentos na carreira de especialista em meio ambiente.
Os servidores sugeriram a implementação de um bônus por atividades de risco. Além disso, pedem que os servidores sejam incluídos na Indenização de Fronteira, um benefício concedido pelo exercício de atividades em locais estratégicos, como áreas de difícil acesso, inóspitas e em condições adversas.
Hoje, há aproximadamente 4,8 mil servidores na carreira de especialista no MMA, Ibama e ICMBio. Contudo, ao longo dos anos, esses órgãos têm enfrentado a perda de funcionários, que optam por deixar seus cargos após receberem ofertas mais vantajosas financeiramente. O Ministério do Meio Ambiente afirmou que está em diálogo com o Ministério da Gestão para a reestruturação das carreiras ambientais.
“Para se ter uma ideia, atualmente o salário final do Ibama, com todas as gratificações, equivale ao salário inicial das agências reguladoras. Se considerarmos o salário final do Ibama sem as gratificações, ele corresponderá a apenas 87% do salário inicial dessas agências”, consta no documento da associação enviado à imprensa. A categoria ainda compara ao salário dos servidores da Polícia Federal, que, segundo o documento, o salário inicial do Ibama corresponde a 36% do salário inicial de um perito da Polícia Federal e o final a apenas 50%.
Em outubro, o governo promoveu uma mesa de negociações com representantes da categoria, mas as conversas não avançaram e a insatisfação se intensificou após o anúncio do reajuste salarial para as forças de segurança, como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os servidores expressam descontentamento com a desvalorização da carreira ambiental, enquanto o governo destaca as políticas de preservação como uma das principais iniciativas do terceiro governo Lula.
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