Governo entrega 3 mil viaturas às forças de segurança ao custo de R$ 11 milhões mensais

17 abril 2024 às 11h38

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As forças de segurança pública receberam o reforço estrutural de 3.061 novos veículos nesta quarta-feira, 17. Os automóveis, locados ao custo de R$ 142 milhões por ano, foram destinados à Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC), Polícia Técnico Científica (SPTC), Polícia Penal (PP) e Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO).
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Mensalmente, o valor repassado pelo Governo Estadual às locadoras ultrapassa R$ 11 milhões, conforme o governador Ronaldo Caiado (UB). A justificativa é que a locação é mais eficiente do que adquirir veículos próprios, visto que as empresas garantem a troca automática dos automóveis a cada 30 meses, além de gerar economia com manutenção, seguro e licenciamento, que ficam a cargo das locadoras.
“Isso tira do estado o que não é obrigação dele e é muito mais econômico, seguro. A partir desta locação, eles são obrigados a nos fornecer carros novos e a repor [veículos] caso tenha algum problema. Com isso, mudamos a frota toda e acrescentamos mais 290 novos veículos”, afirmou Caiado.
As novas viaturas contam com suporte para armamentos e rádios digitais de alta frequência. De acordo com o governador, os veículos vão proporcionar mais segurança aos policiais que, segundo ele, enfrentam organizações criminosas e facções “altamente preparadas”.
Caiado afirmou ainda que o desgaste dos veículos, que já estavam em uso há três anos, põem em risco a vida dos agentes durante as operações. Antes do novo repasse, o estado contava com 2.771 viaturas.
“A viatura sofre durante as operações. Isso aqui é segurança para os nossos políciais, que também reflete na segurança pública. Dar atenção à segurança pública é dar atenção àquilo que a sociedade exige de nós”, afirmou o governador.
Renegociação de dívida estadual
Em 2023, Goiás acumulava a 8ª maior dívida líquida com o governo federal, de R$ 11,3 bilhões. Caiado afirmou que a dívida não impedirá novos investimentos no estado e que falta reconhecimento por parte do Ministério da Defesa e do Ministério da Justiça e Segurança Pública no combate aos crimes federais realizados por policiais estaduais.
Conforme o mandatário estadual, Goiás não produz cocaína e maconha, além de não traficar armas, que são crimes atribuídos a órgãos federais, mas corriqueiramente realiza ações e prisões envolvendo tais práticas. O governador diz ainda que concorda com as exigências do governo federal, mas que o estado precisa ser atendido nas atuações que não são de responsabilidade dele.
“Atuamos em todas essas áreas e precisamos de ter uma contrapartida, para que o estado também possa repassar aos seus policiais condições de repor o esforço em combater crimes federais. Deveríamos ter uma dotação específica para isso”, avalia.
Caiado afirmou na segunda-feira, 15, que a contrapartida por gastos no combate de crimes federais está na mesa de renegociação da dívida dos estados com a União. Além disso, os gestores pedem revisão do indexador e de juros cobrados na correção dos débitos.
O assunto foi discutido durante um almoço com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDMG). Além de Caiado, também participaram os governadores do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); e Gabriel de Souza (MDB), governador em exercício do Rio Grande do Sul.
Há a expectativa de que um projeto de lei que trata sobre a renegociação tramite no Congresso Nacional a partir deste mês. No fim de março, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes dos estados do Sul e Sudeste para discutir o assunto, quando propôs redução nos juros das dívidas em troca de investimentos estaduais em ensino técnico.
“Concordo em ampliar a educação profissional, mas também precisamos ser atendidos. Falta reconhecimento”, concluiu o mandatário estadual.