Zema é candidato à reeleição e tem procurado marcar distância do presidente Jair Bolsonaro

O governador de Minas Gerais tem encontrado desafios também no ambiente político mineiro com a aproximação das eleições de 2022

Por meio de projetos que interlocutores do Governo Federal avaliam como “pautas-bomba”, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo),  tornou-se alvo de bolsonaristas e petistas na Assembleia Legislativa (ALMG). Na última quinta-feira, o governador  chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de para anular uma votação, realizada no dia anterior, na qual os deputados estaduais aprovaram, por unanimidade, o congelamento da tabela do IPVA para 2022.

O projeto votado, pode representar uma perda de arrecadação de R$ 1,5 bilhão para o governo estadual, de acordo com estimativa do Sindicato de Auditores Fiscais (Sindifisco). A proposta foi apresentada pelo deputado Bruno Engler (PRTB), aliado próximo à família Bolsonaro, e teve como relator o líder do PT na Assembleia, André Quintão. Ex-apoiador de Bolsonaro, Zema tem tentando manter sua imagem longe do atual presidente.

Para tentar sua reeleição, Zema tem ensaiado algumas aproximações políticas. No fim de novembro, o governador de Minas Gerais recebeu Moro na sede do governo, em Belo Horizonte, num primeiro movimento de aproximação, por iniciativa do ex-juiz. Embora negue ter tratado de eleições, Zema tampouco tem mostrado disposição de abrir palanque para Bolsonaro.

No ambiente político mineiro, Zema encontra o desafio para as eleições de 2022 em uma possível candidatura a vice-governador de Agostinho Patrus (PV), com quem Zema não tem boa relação. Patrus estaria cotado para compor a chapa encabeçada pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), também adversário do governador, numa composição que abriria palanque para Lula (PT).