Segunda-feira, boletos em mãos, pressa para chegar ao banco antes das 16h e filas intermináveis — uma rotina comum há poucos anos. Hoje, essa cena praticamente desapareceu. As agências bancárias vêm perdendo protagonismo e se transformando em espaços voltados principalmente para atendimentos específicos e negociações. As transações financeiras migraram, de forma quase total, para a palma da mão, impulsionadas pelo avanço do internet banking e dos aplicativos digitais.

Atualmente, praticamente todas as operações bancárias podem ser feitas de forma eletrônica. Pelos canais digitais dos bancos é possível fazer pagamentos de contas, transferências, DOCs e TEDs, contratações de crédito, investimentos e aplicações, consultas de saldos e extratos, contratar seguros e planos de Previdência, renegociar dívidas, entre outras operações.  

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 82% dos brasileiros fazem as transações bancárias pelos canais digitais, ou seja, pelo celular e internet banking. “Os canais digitais se consolidam como o principal ponto de relacionamento financeiro. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelo mobile banking, que somou 155 bilhões de transações no período, 20 bilhões a mais do que em 2023, representando um crescimento de 15%”, complementa.

Realidade em Goiás

Percentual de agências com atendimentos presenciais em Goiás | Foto: Amanda Costa

Segundo levantamento da Associação de Bancos (Asban), Goiás conta com 543 agências. Os quatro bancos com maior número de agências são o Banco do Brasil com 143, a Caixa Econômica com 140, Itaú com 118 e Bradesco com 70. O surgimento de novos bancos online – que realizam serviços, exclusivamente, pela internet e aplicativos, sem a necessidade de agências físicas também tem impactado no fechamento de algumas unidades.  

Especificamente sobre o fechamento de agências, a Febraban preferiu não se manifestar. A entidade afirmou que o encerramento das unidades faz parte da política de negócios de cada instituição financeira. Em nota, destacou que “os bancos estão adequando suas estruturas à nova realidade do mercado, em que os canais digitais de atendimento vêm ganhando espaço em detrimento dos canais físicos e presenciais”.

Presidente da Asban, Mário Fernando Maia | Foto: Amanda Costa

De acordo com o presidente da Asban, Mário Fernando Maia a quantidade de agências tem diminuído em Goiás, mas não de forma abrupta. “O banco faz ajustes, o Banco do Brasil, ali mesmo na T-63, tinha três agências em menos de 500 metros de distância. Hoje não precisa mais ter essas três agências. Eles estão enxugando o número de agências, porque não tem mais montão de gente para atendimentos”, explica.

Empregos

Febraban explica que ao longo dos anos, o nível de emprego tem se mantido estável. O avanço dos serviços digitais tem levado as instituições financeiras a contratar um grande volume de profissionais, especialmente, em áreas como TI e segurança contra fraudes digitais, por exemplo.

Levantamento da Febraban sobre demadas de TI para atendimentos online | Foto: Reprodução

“Os bancos estimam investir cerca de 48 bilhões em TI. A tecnologia sempre foi parte do negócio bancário, com as instituições financeiras brasileiras […] Foi assim com o uso da internet, com a disponibilidade dos serviços nos celulares, uso de chip, uso de token, captura e uso de biometria, disponibilidade de serviços nas redes de autoatendimento e diversas outras aplicações já normais no dia a dia dos brasileiros”, finaliza a Federação Brasileira de Bancos.

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