Marcelo Melo, que coordena a campanha do empresário, e o deputado federal Sandro Mabel, sustentam que o ex-prefeito é essencial. Durante entrevistas, sobrou críticas até para a imprensa

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Diferentemente da conversa anterior que ocorreu de maneira intermediada e em local desconhecido, o encontro na última quinta-feira (8/4) entre Júnior Friboi, pré-candidato ao governo pelo PMDB, e Iris Rezende, ocorreu por iniciativa própria do empresário, que simplesmente chegou ao escritório do líder peemedebista. O conteúdo da conversa não foi testemunhado, mas nem precisava para que se soubesse o que o empresário foi buscar. Friboi quer apoio do ex-prefeito, de preferência com composição na chapa na vaga ao Senado.

Conforme apurado pelo Jornal Opção nesta sexta-feira (9/5), Iris disse ao empresário que aguardará mais antes de se posicionar. O político quer verificar a forma como Friboi vai tratar os pré-candidatos a deputado que não são friboizistas. Friboi teria garantido que não haverá diferença de tratamento. Iris Rezende teria reclamado de forma específica de dois deputados ligados ao empresário que estariam plantando notas na imprensa.

A possibilidade de Iris Rezende sair ao cargo legislativo causa divisão até entre seus aliados. Enquanto parte dos iristas, como o ex-deputado José Nelto, Adib Elias e Mauro Miranda, parece ter digerido que a cabeça de chapa será de Friboi e que a possibilidade vitória só existe com Iris na chapa, outros, como sua esposa, a deputada federal Iris de Araújo, seguem relutantes de que o maior líder do partido em Goiás não deve se submeter ao que classificam como “humilhação.”

Sobre o impasse interno que parece ter se incorporado ao PMDB goiano, a reportagem ouviu nesta sexta-feira (9) dois aliados de Friboi, o ex-deputado Marcelo Melo e o deputado federal Sandro Mabel. O primeiro, quando a reportagem apontou declaração de iristas, que sustentam que Iris Rezende não visa a senatoria para evitar associar a ele a imagem de que foi vendido ao empresário, Marcelo Melo disse exaltadamente: “Você acha que eu sou vendido? Essa história só interessa ao Marconi”, tendo dito em seguida que a imprensa goiana apoia a base governista.

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A reportagem então esclareceu que as informações neste sentido vêm de pessoas ligadas a Iris Rezende que são totalmente avessos ao nome de Friboi como cabeça de chapa, o que é de conhecimento geral. Não é à toa que exista um movimento dissidente dentro do PMDB por conta do recuo de Iris, como adiantado pelo Jornal Opção Online. “É dor de cotovelo” e “O tempo cura o queijo” foram os chavões proferidos pelo peemedebista a respeito.

Perguntado sobre possibilidade real de Iris estar na majoritária como candidato a senador, Marcelo Melo afirmou que pelo que conhece do ex-prefeito, ele não se omitiria, “como nunca se omitiu em nenhum processo.” A mesma confiança foi demonstrada por Sandro Mabel, que, inclusive, se recusou a pensar numa possibilidade que não tivesse o nome de Iris na majoritária. “Não é um pedido local. É o nacional do PMDB, porque não podemos perder um senador como o Iris.”

Quanto à iniciativa do pré-candidato de ir atrás de Iris, Marcelo Melo analisa como “altamente positiva.” “Nesse momento ele tem mesmo que buscar unir o partido”. Embora seja considerado um anti-irista por pregar a renovação dentro da sigla, Marcelo Melo disse: “Iris é nossa maior liderança, ele tem que estar na chapa.” Segundo ele, somente Iris pode conseguir unir de fato o PMDB até as eleições e é isso que Friboi tem buscado.