“Foco será em terminar o BRT e reduzir número de usuários por metro quadrado”, diz novo presidente da CMTC

06 junho 2024 às 18h01

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Um ano antes das jornadas de junho de 2013, quando estudantes iniciaram manifestações contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em todo o País, o Brasil havia instituído o Plano Nacional de Mobilidade Urbana. A Lei determinava que Prefeituras e Governos priorizassem os projetos de transporte público como indutores do desenvolvimento urbano integrado a facilidade de acesso à cidade e aos equipamentos públicos.
Um relatório produzido pelo Instituto Brasil de Defesa do Consumidor (Idec) analisou a infraestrutura de priorização do transporte coletivo em 12 Capitais brasileiras. O Idec analisou a quantidade de
corredores e faixas de ônibus por dados socioeconômicos em cada uma delas e apontou que “Goiânia, Recife e Brasília garantem prioridade total ao transporte coletivo ao menos nos corredores de ônibus, mas estão aquém da situação ideal”. De acordo com o levantamento, a Capital tem 44 km de corredores de ônibus, 24,2 km de faixas de ônibus e 6.150,9 km de vias carroçáveis (vias de rolamento).

Responsável pelo gerenciamento e fiscalização do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia, a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), passa por uma reestruturação. Para comandar o órgão que fiscaliza o transporte em 18 municípios integrados com a estrutura na região, Murilo Ulhôa volta a ocupar o cargo de presidente da Companhia.
Corredores preferenciais
Ulhôa, que ficará a frente da CTMC até 2026, disse em entrevista ao Jornal Opção que o foco da companhia é “dar conforto para o consumidores frequente e conquistar novos usuários do ônibus na Capital e Região Metropolitana”. Esse objetivo faz parte de uma estratégia que, segundo o presidente da CMTC, envolve a conclusão de estudos de campo sobre a qualidade e demanda dos usuários.
No planejamento de médio e longo prazo, a estratégia é priorizar a finalização do BRT Norte/Sul e a reforma do BRT Leste/oeste (Eixo Anhanguera). “Já em uma segunda etapa, vamos trabalhar para ampliar os corredores preferenciais em Goiânia. Quando se pensa em fluidez do trânsito, o transporte público tem uma influência muito grande, principalmente nos horários de pico. Como se exige uma maior fluidez e pontualidade de um veículo de 13 metros dentro de um tráfego como o nosso? Os corredores são necessários para que haja essa fluidez no futuro”, avalia.
A partir do estudo, diz Ulhôa, as empresas do transporte coletivo poderão adequar o número de ônibus disponível para cada linha com o intuito de “reduzir o número de passageiro por metro quadrado dentro do ônibus e proporcionar mais qualidade. Para isso, é necessário uma oferta maior de ônibus por viagem e veículos em boas condições”, diz.
O presidente da CMTC destaca ainda que a tarifa do transporte na Região Metropolitana não sofrerá reajustes graças ao subsídio fruto da parceria entre o Governo de Goiás e as Prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira, Senador Canedo e Trindade.
R$ 1,6 bilhão na reforma das estações e terminais
A CMTC prevê o investimento de R$ 1,6 bilhão até o final de 2026 que serão destinados à reforma dos cinco terminais e das 19 estações da linha do Eixo Anhanguera. Além disso, os 7 mil pontos de ônibus também entram no cálculo de revitalização, sinalização, reforma e/ou substituições dos pontos. “No começo do ano iniciamos uma avaliação técnica de todas as estruturas de concreto e 200 foram identificados em situação crítica e foram demolidos e estamos no processo de reconstrução e substituição”.
Além de uma nova estrutura, esses abrigos vêm equipados com um novo padrão de informação para facilitar a comunicação com o usuário, que vai ter acesso ao itinerário e outras informações em tempo real.”, acrescenta Ulhôa.
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