Ficha Limpa em risco? Marlon Reis vê “ação em bloco” de bolsonaristas para liberar candidatura de Bolsonaro

07 fevereiro 2025 às 18h17

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Marlon Reis, um dos principais idealizadores da Lei da Ficha Limpa, alerta para o avanço de projetos no Congresso que buscam flexibilizar a legislação e tornar Jair Bolsonaro (PL) elegível para 2026. Segundo ele, há uma “ação em bloco” de parlamentares bolsonaristas para modificar a regra e permitir que o ex-presidente volte a disputar eleições.
O deputado Hélio Lopes (PL-RJ), aliado de Bolsonaro, protocolou um projeto que restringe a inelegibilidade por abuso de poder político ou econômico apenas a quem tiver uma condenação criminal. No caso do ex-presidente, a condenação é de natureza cível-eleitoral, o que o impediria de disputar as eleições.
Reis critica a iniciativa e alerta para uma tentativa de esvaziar a legislação. “Essa é a ‘Lei Bolsonaro’. O objetivo é único: garantir a candidatura do ex-presidente em 2026. Não é sobre a Ficha Limpa, mas sobre o que atinge Bolsonaro”, disse à CNN.
Outro projeto, do deputado Bibo Nunes (PL-RS), propõe reduzir o período de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos. Se aprovado, Bolsonaro poderia concorrer já nas próximas eleições presidenciais.
Nas redes sociais, Bolsonaro atacou a legislação e afirmou que a Ficha Limpa serve apenas para “perseguir políticos de direita”. Ele citou o caso do empresário Luciano Hang, que estaria inelegível por oito anos sem nunca ter disputado uma eleição.
“O ideal é revogar essa lei, para que não persiga mais ninguém. Quem decide se um candidato pode ser eleito ou não é o povo, e não alguém em Brasília”, afirmou.
Bolsonaro também disse estar trabalhando para reduzir o prazo de inelegibilidade para dois anos, o que possibilitaria sua candidatura em 2026. Atualmente, ele está inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Se os projetos forem aprovados, a Lei da Ficha Limpa perderá parte de sua força, beneficiando políticos condenados por abuso de poder. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral promete reagir para impedir a flexibilização das regras.
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