Familiares de um homem de 32 anos que estava desaparecido há mais de um mês descobriram que ele foi encontrado morto no dia seguinte ao registro do desaparecimento, em Goiânia. Segundo a esposa de Ernane D’orlanda Alves, Luana Silva Alves, o montador de linha de transmissão foi encontrado sem vida no dia 11 de fevereiro no Córrego Botafogo, no Setor Crimeia Leste, mas as autoridades goianas só informaram a família sobre a morte na última quarta-feira, 27.

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Ernane, segundo a esposa, é natural do Maranhão e veio à capital no dia 6 de fevereiro para trabalhar, mas durante a viagem sofreu um surto psicótico, que se repetiu na chegada à capital. A família perdeu contato com Ernane no dia 9 do mesmo mês, tendo procurado a Polícia Civil (PC) no dia seguinte. 

Luana conta que Ernane foi encontrado no rio com o rosto e a barriga dilacerados e, desde então, se encontrava no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia. Antes de desaparecer, ele tentou voltar ao estado de ônibus, afirmando que estava sendo perseguido, mas a família acredita que se tratava de alucinações. 

“Ele já estava contratado, já haviam assinado a carteira dela. O Ernane fez todos os exames aqui no Maranhão antes de ir para Goiânia. As autoridades informaram que ele estava de bruço dentro da água e que a barriga dele estava toda comida. Ele já iria ser enterrado como indigente, mas a irmã dele o reconheceu por meio de uma tatuagem”, explicou Luana.

Na certidão de óbito, consta que o registro da morte ocorreu no dia 27 de março, mas não há informações sobre a data e o horário provável do falecimento. A causa da morte também foi registrada como indefinida.

Luana conta que devido ao estado avançado de decomposição do corpo, a família não conseguiu fazer o transporte de Ernane para o Maranhão. Ele acabou sendo enterrado no Cemitério Vale da Paz, em Goiânia. 

“Não sei o motivo de ter demorado tanto para informar a gente sobre o desaparecimento. Ficamos esperando por notícias e buscando por ele por mais de um mês, sendo que ele já havia sido encontrado”, contou a esposa da vítima.

Em nota, a Superintendência de Polícia Técnico Científica (SPTC) informou que o estado em que o corpo foi encontrado e o fato de que não havia ficha papiloscópica da vítima no estado de Goiás dificultou a identificação do corpo. Por esse motivo, a família não foi avisada sobre o óbito de Ernane.

Veja nota completa:

“A Polícia Científica informa que o corpo, hoje identificado como sendo de Ernane D’olanda Alves, deu entrada no Instituto Médico Legal Aristoclides Teixeira (IMLAT) às 19h51min horas do dia 11 de fevereiro deste ano em estado de decomposição.

Dado o estado do corpo e o fato de que não havia ficha papiloscópica do mesmo no estado de Goiás não foi possível à Papiloscopia da Polícia Civil realizar o confronto e a consequente identificação do corpo. Como não houve procura por parte da família no IMLAT, não foi possível também a realização da identificação por meio do DNA ou mesmo pela Odontologia Legal.

No dia 26 de março às equipes da Papiloscopia da PCGO conseguiram o confronto com uma ficha papiloscopia do estado do Maranhão, sendo então identificado o corpo e, deste modo, o contato com os familiares se tornou possível. O corpo foi liberado e entregue aos familiares no dia 27 de março com a respectiva declaração de óbito”.