Suposto financiamento tem sido visto por CPI como ação cheia de conflitos de interesses; dados revelam que farmacêutica teve aumento de 1.230% em vendas

Fabricante de ivermectina está na mira da CPI da Pandemia | Foto: Divulgação

Dados recebidos pela CPI da Pandemia no Senado – tratados, por sinal, como sigilosos pela imprensa nacional – dão conta de que a farmacêutica Vitamedic, com sede em Anápolis, teria financiado anúncios assinados pela Associação Médicos pelo Brasil em defesa do tratamento precoce contra o coronavírus.

O tratamento em questão seria feito à base de medicamentos como cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D. Ocorre que, conforme mostrado pelo jornal Folha de S. Paulo, a Vitamedic – a empresa que supostamente financiaria as publicações, feitas em fevereiro – é uma das principais produtoras da ivermectina do Brasil, medicamento que compõe o chamado “kit covid”.

Isso fez com que o suposto financiamento fosse enxergado como uma ação carregada de conflitos de interesses, haja vista que, conforme mostrado pelo jornal paulista, os dados que chegaram até a CPI mostraram que a Vitamedic aumentou a venda das caixas do medicamento em 1.230%.

Isso significa que as negociações anuais saíram do patamar de 5,7 milhões em 2019 para 75,8 milhões em 2020. A estimativa é que, com isso, o grupo tenha arrecadado R$ 734 milhões apenas com este único medicamento que compõe o kit covid.

Ainda de acordo com o jornal paulista, os documentos entregues à Comissão confirmam que a Vitamedic foi, de fato, a contratante responsável pelo pagamento dos conteúdos publicitários. O grupo responsável pela farmacêutica foi procurado pela reportagem do Jornal Opção, mas até o momento do fechamento desta reportagem não havia atendido nem retornado os contatos.