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Revisão feita pela CNC foi motivada pelo recuo de receita do segmento, de maio para junho

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Antes, previsto para crescer 1,6%, o setor de serviços deve ter volume positivo de 1,3% esse ano em relação a 2018, conforme revisou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o que ainda representa o primeiro avanço anual do segmento desde 2014. A alteração foi motivada, porque, conforme Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), de sexta, 9, pelo IBGE, o volume de receita do setor de serviços recuou 1,0%, em junho, na comparação com maio.

O apontamento do IBGE registra o pior desempenho para um mês de junho nos últimos quatro anos. Porém, a CNC acredita que o segundo semestre será mais favorável. A confederação projeto o aumento de 2% na receita real dos serviços, em relação ao mesmo período de 2018, por conta da aprovação da reforma da Previdência.

“Considerando, neste cenário, o nível corrente da inflação significativamente abaixo do centro da meta, abre-se espaço para cortes adicionais na taxa de juros, o que permitirá alguma aceleração do setor no terço final do ano”, afirma o economista da CNC Fabio Bentes.

Quedas

A queda em junho deste ano representa uma diferença negativa de 3,6% em relação ao mesmo período do mês passado, que só não supera os 3,8% de maio passado, decorrente da greve dos caminhoneiros. Com isso, o volume mensal de receita de serviços está 12,8% abaixo do pico de atividade, em novembro de 2014.

Destaca-se que o setor terciário é responsável por 72% do emprego formal no País, além de por quase 70% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ainda sobre a comparação de junho e maio, houve queda em praticamente todos os subsetores. Os serviços de informação e comunicação, tiveram recuo de 2,6%, seguidos pelos serviços de transportes, com baixa de 1,0%.

Porém, a maior retração foi a do transporte aéreo: 18,3%. A redução foi motivada pelo aumento dos preços de 18,9%, em junho, em relação a maio – se comparado a junho passado, o acréscimo foi de 50,4%. Já nos transportes, a queda entre junho a junho foi de 10,9%.

Mas também houve melhora: 5,7% para os serviços prestados às famílias, puxado por serviços de alojamento e alimentação (+6,4%). Estes registraram o melhor desempenho anual desse grupo de atividades, em toda a série histórica da pesquisa.