Ex-presidente da Goinfra, Lucas Vissotto, é preso em operação contra fraudes

28 janeiro 2025 às 10h10

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Entre os oito presos na megaoperação da Polícia Civil de Goiás (PCGO) nesta terça-feira, 28, contra fraudes em contrato firmado entre a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) e uma empresa do Distrito Federal está o ex-presidente da estatal, Lucas Vissotto. Ele comandou a agência entre 2022 e 2024. A PC apura o suposto desvio de mais de R$ 10 milhões em um contrato de manutenção de 26 prédios públicos do estado entre 2023 e 2024.
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Dentre os prédios que seriam beneficiados com os serviços, estão aeródromos, postos da Polícia Rodoviária Militar Estadual, instalações no Palácio Pedro Ludovico Teixeira e instalações na sede da própria Goinfra. O valor do acordo chega a R$ 27,8 milhões.
Conforme a PC, a empresa contratada obteve pagamentos irregulares antecipados, sem que as obras ou serviços fossem suficientemente realizados para justificar os pagamentos, além de apresentar fortes indícios de superfaturamento nas intervenções. O contrato também foi desnaturado e descaracterizado.
Ao todo, são cumpridos 32 mandados de afastamentos de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, 26 mandados de bloqueios de bens e valores, sete mandados de proibição de frequência a sede da Goinfra, 10 mandados de proibição de contratar com o poder público (de empresas envolvidas), 24 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão temporária em Goiânia, Anápolis e Distrito Federal.
Em nota, a Goinfra informou que o Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor (veja nota completa ao final). A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Lucas para que se posicionasse.
Exonerado em 2024
Lucas deixou a Goinfra depois de ser exonerado em abril de 2024. A mudança na presidência ocorreu depois de o Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) apontar suspeitas de sobrepreço de R$ 62,5 milhões em uma licitação para a compra de aduelas “estruturas pré-fabricadas de concreto armado” do programa Goiás em Movimento Eixo Pontes.
Veja nota completa da Goinfra
“Em relação à Operação Obra Simulada, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) nesta terça-feira (28/1), o Governo de Goiás esclarece que:
– Conforme divulgado pela PCGO, as suspeitas de irregularidades foram levantadas pelo próprio Governo de Goiás, por meio de seus sistemas internos de controle, e devidamente comunicadas às autoridades policiais para as providências necessárias.
– A gestão estadual tem como premissa tolerância zero com qualquer eventual desvio de conduta no trato do dinheiro público.
– O Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor”.