Ex-integrantes de facção são alvo de operação por movimentar R$ 200 milhões em Goiás
10 setembro 2024 às 10h25
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Buscando desmantelar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas interestadual e lavagem de dinheiro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) deflagrou uma megaoperação nesta terça-feira, 10, a fim de prender ex-integrantes da extinta facção amazonense Família do Norte (FDN). Com ramificações no DF, em Goiás e outros quatro estados, os criminosos movimentaram R$ 200 milhões por meio de empresas de fachada para lavar o dinheiro do tráfico.
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A corporação cumpre 127 medidas judiciais, sendo 25 de prisão temporária, 51 de busca e apreensão, 27 sequestros de bens móveis e imóveis, além de 25 bloqueios de contas bancárias. De acordo com as investigações, a quadrilha opera tanto no atacado, comercialização e transporte, como no varejo da venda de drogas.
Foram executados ainda mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e pessoas jurídicas associadas aos membros do grupo criminoso, buscando reunir provas e apreender de drogas, armas e outros objetos vinculados aos crimes.
Fluxo milionário
Em, as ordens judiciais foram cumpridas em Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Valparaíso de Goiás. No Distrito Federal, as diligências foram realizadas em Brasília, Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga Sul, Samambaia, Sobradinho, Gama, Setor de Mansões Park Way, Asa Norte, Riacho Fundo, Guará, Riacho Fundo II, Lago Norte, Vicente Pires, Setor Sudoeste, Cruzeiro Velho, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e Ponte Alta Norte.
Também houve cumprimento de mandados em Maceió (AL), Timbau do Sul (RN), Manaus (AM), Boa Vista (RR) e Tabatinga (AM). Em consequência da investigação, foi decretado o sequestro judicial de um imóvel, veículos e valores de inúmeras contas bancárias vinculadas aos investigados, laranjas e empresas fictícias utilizadas no esquema.
O principal objetivo é estancar o fluxo financeiro e enfraquecer a estrutura econômica da organização. Isso porque a investigação revelou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, que movimentavam R$ 200 milhões destinados à compra de entorpecentes e manutenção das operações criminosas.
Dog Head
A operação recebeu o nome Dog Head em referência à região conhecida como Cabeça do Cachorro, localizada no extremo noroeste do Brasil, na divisa com Colômbia, Peru e Venezuela, no estado do Amazonas. Essa área é estratégica para o tráfico de drogas, atuando como ponto de passagem e distribuição de entorpecentes adquiridos pelas organizações criminosas.
Na operação, foram empenhados 196 policiais civis do Distrito Federal, incluindo agentes de diversas unidades especializadas, e 117 policiais das polícias civis de Goiás (PCGO), Rio Grande do Norte (PCRN), Amazonas (PCAM), Roraima (PCRR) e Alagoas (PCAL). A ação também contou com a participação de outras entidades operacionais da PCDF, como a Divisão de Operações Especiais e a Divisão de Operações Aéreas, assim como do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e integração em organização criminosa, com penas que, somadas, podem ultrapassar 41 anos de reclusão.