Ex-funcionário da Prefeitura de Goiânia é preso após se passar por secretário municipal
28 maio 2014 às 11h15
COMPARTILHAR
O estelionatário enganava 15 pessoas desde outubro de 2013. As vítimas abriram conta no Banco do Brasil e chegaram a pedir demissão de seus respetivos empregos
O ex-funcionário temporário da Prefeitura de Goiânia, Anderson Carneiro, 56 anos, foi preso em flagrante nesta quarta-feira (28/5) em Goiânia suspeito de estelionato e falsidade ideológica. Anderson se passava por secretário municipal de Engenharia Civil e Ambiental da prefeitura. O homem que enganava 15 pessoas desde outubro do ano passado, entre elas um jornalista e um advogado, prometeu um salário que variava de R$ 4 mil a R$ 13 mil na pasta, que segundo ele, estava sendo implantada (enquanto a prefeitura divulga constantemente a crise financeira, com decretos suspendendo benefícios de servidores e extinção de pastas). Ele foi apresentado nesta quarta-feira (28) pela polícia no 8º Distrito Policial (DP), no Setor Pedro Ludovico.
Segundo o delegado Waldir Soares, titular do 8º DP da capital, Anderson levava “seus funcionários” para visitar uma obra ao lado da prefeitura e dizia que seria lá a nova secretaria da prefeitura. Ele usava o nome do secretário de governo da prefeitura, Osmar Magalhães, dizendo que havia indicado ao trabalho por ele e pelo deputado estadual licenciado Lívio Luciano (PMDB). Todas as vítimas, menos o jornalista, pediram demissão das empresas onde trabalhavam quando Anderson disse que o trabalho exigia exclusividade.
Em entrevista ao Jornal Opção Online, Osmar Magalhães explicou que algumas vítimas foram à secretaria recentemente a fim de conhecê-lo, falando sobre esse suposto trabalho. De acordo com ele, os funcionários de seu gabinete aconselharam às vítimas de que deveriam procurar a polícia, já que não havia nenhuma pasta nova. “Essas pessoas que vieram aqui disseram que ele telefonava para mim na frente delas, simulando uma conversa comigo, e quando elas diziam que queriam falar comigo ele dizia que eu estava muito ocupado”, disse Osmar Magalhães. Segundo o secretário, algumas das vítimas disseram que Anderson teria problemas mentais. “Mas não eu não sei, isso é o que me disseram.”
Já o deputado Lívio Luciano, ex-secretário de Planejamento da Prefeitura Municipal de Goiânia, disse à reportagem que soube desse caso nesta quarta-feira (28/5) por meio de informações de colegas. “Alguns amigos me ligaram para falar desse caso.” Questionado se chegou a conhecer Anderson, Lívio sustentou: “Por nome eu não sei. Mas eu conheço muita gente da prefeitura.” O ex-secretário afirmou que a polícia deve agir rigorosamente no caso. “Não pode sair usando o nome das pessoas assim. Já pensou se vira moda?”
Waldir Soares explicou que o “secretário” pedia pequenos valores para confecção de crachás e carimbos, como também documentos pessoais. Anderson organizava pequenos eventos com as vítimas, que colaboravam com compra de lanches. “Com a quantidade de documento que possuía dessas pessoas ele poderia abrir contas, empresas”, disse Waldir. Anderson ainda visitava obras, como prédios e shoppings, sob a justificativa de que estava treinando seus novos funcionários. O delegado ainda explicou que o ex-funcionário da prefeitura fez essas 15 pessoas abrirem conta no Banco do Brasil, como também fazerem exames médicos admissionais.
Anderson Carneiro está sendo acusado por estelionato e falsidade ideológica. Segundo Waldir, poderá pegar até 10 anos de prisão. O inquérito deverá ser concluído em 10 dias.