O estelionatário enganava 15 pessoas desde outubro de 2013. As vítimas abriram conta no Banco do Brasil e chegaram a pedir demissão de seus respetivos empregos
O ex-funcionário temporário da Prefeitura de Goiânia, Anderson Carneiro, 56 anos, foi preso em flagrante nesta quarta-feira (28/5) em Goiânia suspeito de estelionato e falsidade ideológica. Anderson se passava por secretário municipal de Engenharia Civil e Ambiental da prefeitura. O homem que enganava 15 pessoas desde outubro do ano passado, entre elas um jornalista e um advogado, prometeu um salário que variava de R$ 4 mil a R$ 13 mil na pasta, que segundo ele, estava sendo implantada (enquanto a prefeitura divulga constantemente a crise financeira, com decretos suspendendo benefícios de servidores e extinção de pastas). Ele foi apresentado nesta quarta-feira (28) pela polícia no 8º Distrito Policial (DP), no Setor Pedro Ludovico.
Segundo o delegado Waldir Soares, titular do 8º DP da capital, Anderson levava “seus funcionários” para visitar uma obra ao lado da prefeitura e dizia que seria lá a nova secretaria da prefeitura. Ele usava o nome do secretário de governo da prefeitura, Osmar Magalhães, dizendo que havia indicado ao trabalho por ele e pelo deputado estadual licenciado Lívio Luciano (PMDB). Todas as vítimas, menos o jornalista, pediram demissão das empresas onde trabalhavam quando Anderson disse que o trabalho exigia exclusividade.
Em entrevista ao Jornal Opção Online, Osmar Magalhães explicou que algumas vítimas foram à secretaria recentemente a fim de conhecê-lo, falando sobre esse suposto trabalho. De acordo com ele, os funcionários de seu gabinete aconselharam às vítimas de que deveriam procurar a polícia, já que não havia nenhuma pasta nova. “Essas pessoas que vieram aqui disseram que ele telefonava para mim na frente delas, simulando uma conversa comigo, e quando elas diziam que queriam falar comigo ele dizia que eu estava muito ocupado”, disse Osmar Magalhães. Segundo o secretário, algumas das vítimas disseram que Anderson teria problemas mentais. “Mas não eu não sei, isso é o que me disseram.”
Já o deputado Lívio Luciano, ex-secretário de Planejamento da Prefeitura Municipal de Goiânia, disse à reportagem que soube desse caso nesta quarta-feira (28/5) por meio de informações de colegas. “Alguns amigos me ligaram para falar desse caso.” Questionado se chegou a conhecer Anderson, Lívio sustentou: “Por nome eu não sei. Mas eu conheço muita gente da prefeitura.” O ex-secretário afirmou que a polícia deve agir rigorosamente no caso. “Não pode sair usando o nome das pessoas assim. Já pensou se vira moda?”
Waldir Soares explicou que o “secretário” pedia pequenos valores para confecção de crachás e carimbos, como também documentos pessoais. Anderson organizava pequenos eventos com as vítimas, que colaboravam com compra de lanches. “Com a quantidade de documento que possuía dessas pessoas ele poderia abrir contas, empresas”, disse Waldir. Anderson ainda visitava obras, como prédios e shoppings, sob a justificativa de que estava treinando seus novos funcionários. O delegado ainda explicou que o ex-funcionário da prefeitura fez essas 15 pessoas abrirem conta no Banco do Brasil, como também fazerem exames médicos admissionais.
Anderson Carneiro está sendo acusado por estelionato e falsidade ideológica. Segundo Waldir, poderá pegar até 10 anos de prisão. O inquérito deverá ser concluído em 10 dias.
Que fria, hein? Se não fosse tão comum conseguir nomeação sem concurso para cargo público, certamente essas pessoas não se deixariam levar pela lábia desse sujeito.
Porque o rosto dele não foi divulgado? Até parece que tem foro privilegiado.