Ex-assessor de Flávio Bolsonaro diz que era obrigado a devolver 80% de salário, 13º e férias, revela site
03 setembro 2021 às 10h40

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A informação foi revelada pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no portal Metrópoles, e confirmada pela coluna de Juliana Dal Piva

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Marcelo Luiz Nogueira dos Santos contou em entrevista à coluna de Juliana Dal Piva, do UOL, que no período em que foi funcionário do filho mais velho do presidente Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), era obrigado a devolver mensalmente 80% de seu salário.
A informação foi revelada pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no portal Metrópoles, e confirmada pela coluna de Juliana Dal Piva, que ouviu o ex-assessor, que é conhecido como Marcelo Nogueira. Além do salário, ele disse que tinha que entregar porcentagem semelhante do 13º salário, das férias, do que recebia como vale-alimentação e ainda da restituição do imposto de renda.
Esses valores eram entregues em dinheiro vivo nas mãos da advogada Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a coluna, isso ocorreu todos os meses ao longo de mais de quatro anos. Ele foi assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj no período de 1º de fevereiro de 2003, início do mandato de Flávio, até 6 de agosto de 2007, quando Ana Cristina e Jair Bolsonaro se separaram.
Quebra de sigilo bancário
De acordo com a colunista do UOL, em maio, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ)autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos, Ana Cristina e outros 25 assessores para apurar a suspeita de rachadinha e da nomeação de funcionários fantasmas no gabinete do vereador.
Segundo Juliana Dal Piva, nos anos de 2003 e 2004, o salário bruto de Nogueira era de R$1.791,79. A partir de 2005, o salário passou a ser de R$ 4.253,69. Já em 2006, foi de R$ 4.466,37. Ao todo, nos mais de quatro anos na Alerj, ele recebeu em salário bruto um valor de R$ 176.700. Esse valor corrigido pela inflação do período chega a R$ 382.805.
Na quebra de sigilo bancário, é possível ver segundo a colunista, os saques mensais feitos por Nogueira ao longo de 2007. Em 13 oportunidades Marcelo realizou saques de mais de R$ 1 mil, chegando até a se endividar nesse período. Em abril daquele ano, por exemplo, dois dias após receber R$ 4 mil da Alerj, ele fez um saque de R$ 3 mil. Após a saída dele do gabinete, em sete anos de vida bancária, em apenas duas oportunidades houve registro de transações em espécie com valor acima de R$ 1 mil.
Segundo informações da colunista, o relato de devolução de salários e verbas como 13º salário, férias e restituição do imposto de renda feito por Marcelo Nogueira é semelhante ao da estatística Luiza Sousa Paes, outra ex-assessora de Flávio que fechou um acordo de colaboração com o Ministério Público do Rio de Janeiro no ano passado.
Defesa do senador Flávio Bolsonaro
Segundo nota publicada pela colunista Juliana Dal Piva, do UOL, a defesa do senador Flávio Bolsonaro afirma, que o parlamentar desconhece supostas irregularidades que possam ter sido praticadas por ex-servidores da Alerj ou possíveis acertos financeiros que eventualmente tenham sido firmados entre esses profissionais. “O parlamentar sempre seguiu as regras da assembleia legislativa e tem sido vítima de uma campanha de difamação. Tanto a defesa quanto o senador desconhecem as afirmações de Marcelo Luiz Nogueira dos Santos”, diz trecho.
*Com informações da coluna de Juliana Dal Piva, do UOL