Profissionais da saúde, pacientes e membros da comunidade goianiense se reúnem nesta sexta-feira, 29, para rememorar os 36 anos do acidentes com o Césio-137. O evento, promovido pelo Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves (Cara) da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), terá palestras e exposição de fotografias.

O maior acidente radiológico do mundo (ocorrido fora de uma usina nuclear) ocorreu em 13 de setembro de 1987, em Goiânia. Além da exposição fotográfica, o evento terá o lançamento da versão revisada da “Fotorreportagem do acidente com Césio 137”.

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O físico nuclear responsável pela descoberta do acidente, Walter Mendes Pereira, aponta que o impacto não apenas reformulou as estratégias de resposta a emergências, mas também influenciou as políticas de segurança nuclear do País. “O aprendizado com esse acidente continua influenciando entidades, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e o próprio Estado de Goiás. Precisamos preservar essa memória e compartilhá-la com as futuras gerações para que compreendam a gravidade do evento”.

Acolhimento

As vítimas do acidente são acolhidas no Instituto que conta com serviço de odontologia, psicologia, serviço social, enfermagem e medicina. De acordo com o Cara, a demanda mais alta concentra-se na área médica, especialmente em ginecologia, cardiologia e geriatria. Ainda segundo o instituto, o corpo clínico é composto por dez médicos que atendem cerca de 1075 pacientes.

O Cara oferece ainda atendimento personalizado com consultas regulares e, adicionalmente, o acesso facilitado aos benefícios oferecidos pelo Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo).

Mariana de Oliveira Mundim é paciente do Instituto desde 1992. Ela conta que seus dois filhos nasceram no Instituto e que recebem todos os cuidados médicos com dedicação e carinho. “Raramente precisamos recorrer a consultas particulares pelo Ipasgo. Todos no Cara têm demonstrado uma dedicação incrível em garantir o nosso bem-estar e o dos nossos filhos ao longo desses anos”.

O clínico geral José William de Oliveira, com 35 anos de experiência no instituto, enfatiza o compromisso do mesmo em oferecer um suporte completo, envolvendo assistência médica, psicológica, social e legal. “O objetivo é garantir que as vítimas e suas famílias sejam devidamente amparadas e tenham acesso aos recursos necessários para sua recuperação e qualidade de vida”, finaliza.

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